O presidente do Partido Progressista (PP), Ciro Nogueira, desembarcará no Paraná nesta segunda-feira com uma missão definida: persuadir Sergio Moro a abandonar a corrida pelo governo estadual. Em um movimento estratégico, Nogueira anunciará que a federação União Brasil-PP se unirá ao projeto do governador Ratinho Júnior, do PSD. Essa ação surge após a pré-candidatura de Moro gerar uma crise interna no partido e provocar uma onda de desfiliações.
A agenda de Ciro Nogueira no Paraná
Embora oficialmente a agenda de Nogueira inclua apenas um encontro com pré-candidatos da federação, informações de aliados indicam que ele usará a visita para formalizar o apoio ao governador Ratinho Júnior. O arranjo político envolve a escolha de Guto Silva, do PSD e atual secretário de Cidades, como o candidato a vice na chapa governamental. Este movimento reflete uma estratégia clara: reorganizar a federação e recuperar alianças significativas antes que novas lideranças decidam deixar os partidos envolvidos.
Debandada de lideranças no cenário político
O pano de fundo dessa mudança é preocupante. Nos últimos meses, cerca de 60 prefeitos se desfiliaram da União Brasil-PP, um sinal claro de descontentamento com a atual situação política. Além disso, a saída de dois deputados federais — Filipe Francischini, que abandonou o União, e Pedro Lupion, que deixou o PP para se juntar ao Republicanos — acirrou ainda mais as tensões. Dentro do PP, a avaliação é que o crescimento da candidatura de Moro está diretamente vinculado a essa debandada.
Sergio Moro em um impasse político
Ainda que Moro apareça como favorito nas pesquisas, a resistência de Ratinho Júnior é um ponto de impasse. O governador não deseja dividir o protagonismo da eleição com alguém que considera um adversário. O conflito político entre os dois, conforme analistas, tornou a candidatura de Moro praticamente inviável. Na tentativa de contornar a situação, Moro procurou se filiar ao Republicanos, mas as negociações não avançaram devido ao alinhamento do partido com o governo estadual.
Consequências para a federação
Diante desse impasse, a federação tornou-se consciente da necessidade de interromper a “sangria” de membros e reorganizar seu campo de apoio. Os líderes perceberam que manter Sergio Moro como candidato poderia resultar em um isolamento ainda maior das siglas, o que, em última instância, prejudicaria o desempenho das chapas proporcionais nas eleições de 2026.
Reação do entorno de Moro
Atualmente, o entorno de Moro não considera a retirada de sua pré-candidatura como um resultado consumado. Os aliados do senador afirmam que não houve qualquer comunicação oficial sobre mudanças e alegam não ter ciência de uma decisão concreta nesse sentido.
Busca por acordos e apoio político
Ciro Nogueira e Sergio Moro foram procurados pela equipe do GLOBO, mas até o momento, nenhum dos dois se manifestou sobre as articulações políticas em curso. O desenrolar da situação poderá afetar não apenas as candidaturas, mas também o futuro da federação e sua capacidade de se manter unida em um período de instabilidade política.
Desse modo, as articulações políticas e o cenário em constante mudança no Paraná se configurarão como pontos cruciais na definição do futuro político da região e na condução das eleições que se aproximam.


