Brasil, 8 de dezembro de 2025
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China supera marca histórica com superávit de US$ 1,08 trilhões até novembro

A China atingiu um novo marco histórico ao alcançar um superávit comercial de US$ 1,08 trilhão até novembro deste ano, conforme anunciou a agência de alfândega do país nesta segunda-feira. O resultado supera a marca de quase US$ 1 trilhão registrada em janeiro e evidencia a força da economia chinesa no comércio global.

Expansão das exportações e impacto nas relações comerciais

Apesar das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump que reduziram as exportações chinesas para os Estados Unidos em quase 20%, a China diversificou suas vendas, ampliando significativamente suas exportações para o Sudeste Asiático, Europa, África e América Latina. Um grande gargalo nas cadeias globais de produção vem sendo preenchido por empresas chinesas, que agora vendem mais do que compram do continente europeu, aumentando seu superávit com a região.

O superávit de US$ 111,68 bilhões em novembro foi o terceiro maior já registrado na história do país, e nos 11 meses do ano, o saldo comercial da China subiu 21,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa forte performance tem sido estimulada pelo enfraquecimento do yuan, que mantém a moeda chinesa desvalorizada em relação ao euro e outras divisas, tornando as exportações mais competitivas.

Repercussões globais e estratégias chinesas

De acordo com especialistas como Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, a desvalorização do yuan — que teve uma queda de cerca de 30% em relação ao euro — dificulta a competição de fabricantes europeus e americanos. Ao mesmo tempo, a China tenta manter essa vantagem, transferindo parte de sua produção para o Sudeste Asiático, México e África, de modo a evitar as tarifas impostas por Washington.

Em paralelo, a China vive uma fase de inovação tecnológica, impulsionada pelo sucesso de suas exportações, que financiam setores como veículos e eletrônicos de consumo. O fortalecimento do setor de manufatura também permite ao país oferecer recursos de apoio a outros regimes autoritários, como Rússia, Coreia do Norte e Irã, fortalecendo sua influência global.

Perspectivas e debates sobre o superávit

Durante uma visita do Fundo Monetário Internacional (FMI), os principais analistas destacaram que, embora o superávit seja uma prova da força econômica chinesa, há um debate interno sobre a necessidade de uma maior valorização do yuan. Economistas como Zhang Jun apontam que, para estimular o consumo interno, a China poderá precisar diminuir seu superávit, e até mesmo, futuramente, abrir espaço para um déficit comercial.

Segundo especialistas, uma moeda mais forte encareceria as produtos chineses no mercado internacional, podendo desacelerar a transferência de manufatura para o país e afetar milhões de empregos internos. Ainda assim, a manutenção do superávit reforça a posição da China como maior exportadora mundial, com uma proporção de sua economia fortemente baseada nas manufaturas, semelhante ao papel que os EUA tiveram após a Segunda Guerra Mundial.

Por outro lado, líderes chineses, como o presidente Xi Jinping, reforçam a importância de evitar o protecionismo, considerando-o um obstáculo às transformações industriais globais, e apontam para uma reestruturação que equilibre crescimento e demanda interna.

Mais detalhes sobre essa evolução podem ser conferidos na reportagem completa no O Globo.

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