O Festival de Cinema do Mar Vermelho, realizado na Arábia Saudita, atraiu uma série de estrelas de Hollywood em uma exibição do glamour e do estrelato. No entanto, a presença dessas celebridades, dançando no brilho das câmeras, levanta muitas questões sobre sua compreensão dos direitos humanos no país anfitrião. A situação crítica dos direitos civis naquele local foi uma das grandes ausências do discurso durante o evento, ilustrando a desconexão entre o mundo do entretenimento e a realidade social.
Uma Celebração Questionável
Enquanto atores e atrizes como Dakota Johnson e Jessica Alba desfilam pelo tapete vermelho, muitos observadores se perguntam se estas personalidades conhecem as graves violações de direitos humanos que ocorrem sob o regime saudita. O caso do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado em outubro de 2018, é um exemplo emblemático que revela a falta de responsabilidade e a impunidade que permeiam as ações do governo, segundo um relatório de direitos humanos.
O Festival não ocorre em um vácuo. Organizado com o respaldo da família real, cada momento de festa tem um custo que não é apenas financeiro, mas também ético. A falta de direitos dos cidadãos sauditas contrasta fortemente com o glamour projetado pelos atores e a cultura hollywoodiana. Para muitos, a imagem gloriosa projetada por essas celebridades parece inóspita quando comparada à luta diária dos cidadãos em busca de liberdade e justiça.
A Indiferença e a Busca por Adulação
A busca desenfreada por adulação e reconhecimento parece sobrepujar a consciência social entre algumas celebridades. Estas figuras públicas, ao se apresentarem em um ambiente que, de acordo com narrativas externas, reprime a liberdade de expressão, estão potencialmente enviando uma mensagem de ignorância ou indiferença. Muitos internautas expressaram seu descontentamento nas redes sociais, destacando a contradição entre os ideais que essas estrelas dizem apoiar e suas ações.
Uma Reação do Público
As reações da audiência em torno do evento foram mistas. Embora alguns celebrem a oportunidade de o Festival trazer uma nova luz ao cinema árabe, outros criticam a superficialidade das participações e a falta de uma verdadeira conscientização sobre os problemas enfrentados pelo povo saudita. “Se qualquer uma dessas celebridades pisasse em Riyadh por uma hora como turista regular, provavelmente seria presa”, comentou um usuário na plataforma Twitter, expressando preocupações similares que ecoam entre muitos.
Reflexões Finais
Com a continuação do Festival do Mar Vermelho, é inevitável que questões de ética e responsabilidade social permaneçam em discussão. Ao mesmo tempo em que celebramos a arte e a cultura, é crucial que todos, incluindo as figuras proeminentes do entretenimento, se lembrem da realidade que muitos enfrentam diariamente, especialmente em regimes como o da Arábia Saudita. Chega a ser um imperativo moral que a conversa sobre direitos humanos não seja apenas uma nota de rodapé em eventos glamourosos, mas sim uma voz poderosa que ecoa em cada tapete vermelho.
Aguardamos a chegada de mais personalidades, como Angelina Jolie, que, como Embaixadora da ONU, poderá trazer algumas perspectivas sobre estas questões complexas que, até agora, parecem apenas ter passado batidas neste desfile de estrelas.


