No Distrito Federal, a realidade das calçadas revela um quadro de desigualdade e descaso. Dados do Censo de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que apenas 52,8% dos moradores de favelas e comunidades têm acesso a calçadas. Isso significa que cerca de 47,2% dessas populações circulam em áreas sem passeio, o que levanta sérias preocupações sobre acessibilidade e segurança para os pedestres.
A importância das calçadas para a vida urbana
As calçadas desempenham um papel crucial na vida urbana, oferecendo um espaço seguro para a circulação de pedestres. Segundo o IBGE, considera-se calçada o espaço destinado ao tráfego de pedestres que esteja separado da pista de veículos. Essas estruturas não apenas garantem a segurança dos cidadãos, mas também são fundamentais para a saúde, a sustentabilidade e a qualidade de vida nas cidades.
Realidade nas favelas e comunidades do DF
Os dados do Censo revelam que, em 14 favelas do Distrito Federal, 100% dos moradores afirmam não ter acesso a calçadas. Entre essas áreas estão o Acampamento Dandara, o Condomínio Mansões do Amanhecer e a Invasão do Setor Olaria. O assentamento 26 de Setembro, por exemplo, apresenta 99,44% de seus moradores sem calçadas, enquanto na comunidade Santa Luzia essa porcentagem é de 81,5%. Esses números expõem uma problemática alarmante, onde os cidadãos enfrentam diariamente a falta de infraestrutura básica.
Calçadas: melhor condição, mas ainda problemáticas fora das favelas
Por outro lado, quando observamos as regiões fora das favelas, a situação muda. A pesquisa indica que 96,3% dos moradores em outros contextos têm acesso a calçadas. No entanto, mesmo nas áreas onde existem passeios, os problemas persistem. Quebras no piso, buracos, desníveis e a falta de acessibilidade comprometem a utilização segura dessas vias. A presença de tampas de ferro do sistema de água e esgoto soltas também representa um risco à segurança dos pedestres, principalmente para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
Soluções urgentes para um problema persistente
A realidade das calçadas no Distrito Federal exige uma resposta imediata por parte das autoridades. Investimentos em infraestrutura e manutenção são essenciais para garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua localização, tenham acesso seguro e funcional às calçadas. As calçadas não são apenas um detalhe urbanístico, mas sim um reflexo da qualidade de vida e da sustentabilidade nas cidades.
Visibilidade e responsabilidade social
A situação das calçadas deve ser uma questão de interesse público e uma prioridade para os gestores municipais. O investimento em infraestrutura viária, que inclua a construção e a manutenção de calçadas, deve ser visto como um passo fundamental para promover a inclusão social e garantir o direito à cidade. Campanhas de conscientização e a participação ativa da comunidade também são vitais para pressionar as autoridades a agir.
Enquanto o Censo de 2022 traz à luz os dados necessários para fundamentar uma ação efetiva, é fundamental que a sociedade se mobilize para exigir melhores condições de vida nas comunidades menos favorecidas. Calçadas seguras e acessíveis são um direito de todos e um indicativo do compromisso da cidade com a dignidade de seus cidadãos.
Em conclusão, a luta por calçadas adequadas no Distrito Federal é uma questão de justiça social, saúde pública e urbanismo sustentável. A transformação dessa realidade precisa ser uma prioridade urgente.
Para mais informações, acesse a matéria completa no G1 DF.
