As baterias de íon-lítio, usadas em celulares e carros elétricos, estão se tornando essenciais para modernizar redes de energia ao redor do mundo. Elas armazenam eletricidade quando há excesso, como em dias de vento e sol intenso, e a liberam na demanda, reduzindo a necessidade de usinas tradicionais.
Baterias na matriz energética mundial
De tamanhos que chegam a ocupar contêineres de transporte, essas baterias são conectadas às linhas de distribuição e instaladas ao lado de painéis solares e turbinas eólicas. Segundo a O Globo, elas ajudam a diminuir o custo das redes e evitam apagões, tornando-se peça-chave na transição energética.
O avanço desde os anos 2000
As pesquisas com baterias de íon-lítio começaram nos Estados Unidos na década de 1970. Contudo, a sua adoção em redes elétricas era limitada, considerado caro e arriscado por concessionárias. A partir de 2009, no Deserto do Atacama, algumas das primeiras instalações exemplificaram seu potencial na estabilidade do fornecimento de energia.
Casos emblemáticos de implementação
Na Califórnia, a expansão das baterias evitou a necessidade de alertas por escassez de energia desde 2022, após anos de crise durante verões quentes. A capacidade de armazenamento cresceu 30 vezes em sete anos, tornando-se uma estratégia eficaz contra apagões e o uso excessivo de fontes fósseis.
Como as baterias ajudam na crise energética do Chile
O Chile enfrentou uma crise energética na década de 2000 devido à dependência de gás natural da Argentina. As baterias de íon-lítio, instaladas em regiões remotas, permitiram que o país reduzisse o uso de carvão, que é mais caro e menos limpo, além de oferecer resposta rápida às variações de demanda das mineradoras
Redução de custos e crescimento global
Desde 2009, o custo das baterias caiu cerca de 90%, possibilitando uma rápida expansão mundial. Atualmente, China lidera a produção, mas Europa, Índia e EUA também aumentam suas fábricas. Segundo a O Globo, o boom da energia renovável impulsiona o crescimento do armazenamento de energia.
Desafios e ceticismo no setor
Apesar do sucesso, concessionárias tradicionais ainda resistem a adotar as baterias em larga escala, por questões de segurança e custos. Investimentos iniciais elevados, além de incêndios em instalações antigas, geraram dúvidas. No entanto, especialistas como Fatih Birol, da IEA, afirmam que as baterias mudaram o jogo na energia.
Perspectivas futuras
Executivos como Christopher Shelton, da AES, tinham visões ambiciosas. Elas perceberam que baterias poderiam substituir usinas de pico, reduzindo custos e riscos. A instalação de sistemas em diferentes regiões dos EUA e na América Latina demonstra o potencial de armazenamento para evitar apagões e integrar fontes renováveis de forma eficaz.
À medida que avançam as fábricas e tecnologia se torna mais acessível, o uso de baterias de íon-lítio promete ampliar sua participação na matriz energética global, promovendo uma transição mais limpa e confiável.
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