Brasil, 7 de dezembro de 2025
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Protestos marcam apoio a influenciador preso por exploração sexual

Na manhã deste sábado (6), a influenciadora Kamylinha Santos, de apenas 19 anos e grávida de seu primeiro filho, mobilizou uma manifestação em frente ao presídio Roger, localizado em João Pessoa, na Paraíba. O ato tinha como objetivo clamar pela liberdade de Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, ambos detidos desde 15 de agosto deste ano, enfrentando graves acusações de exploração sexual de menores. A repercussão da manifestação ganhou ainda mais força quando Kamylinha compartilhou uma carta aberta escrita por Hytalo em suas redes sociais.

O conteúdo da carta

Na carta manuscrita, Hytalo afirmou estar preso injustamente e contestou a “materialidade” das acusações, reiterando que nunca teria cometido crimes relacionados ao tráfico, exploração ou abuso. No relato, ele falou sobre a profunda dor emocional causada pelos quase quatro meses encarcerado, mencionando a saudade que sente da rotina com suas “crias” e enfatizando que tudo o que fazia era “dar amor do seu jeito”. Hytalo encerrou sua carta expressando sua esperança de provar sua inocência, destacando que apenas quem experimenta a perda da liberdade compreende essa dor e agradecendo a seus apoiadores.

Manifestação e suas razões

Kamylinha, em suas falas durante o protesto, descreveu a situação enfrentada por Hytalo como uma “injustiça”. A influenciadora convocou seus seguidores e apoiadores a comparecerem ao local, portando cartazes com mensagens como “as vítimas são as testemunhas de defesa” e “não vamos nos calar”. Segundo ela, a detenção teria raízes em questões de racismo, homofobia e criminalização da periferia.

No entanto, é importante ressaltar que a situação envolve mais do que um simples conflito de opinião nas redes sociais. Especialistas em direito infantil e proteção à infância alertam que as denúncias feitas contra Hytalo e Israel são extremamente sérias e requerem uma abordagem rigorosa por parte das autoridades competentes. O caso reacende o debate acerca da responsabilidade das plataformas digitais em monitorar e controlar conteúdos que envolvem crianças, bem como a vulnerabilidade de jovens que são expostos a esse tipo de contexto tão precocemente.

Contexto do caso

Hytalo Santos era um influenciador digital bastante conhecido, contando com milhões de seguidores em suas redes sociais. Ele ganhou notoriedade por organizar encontros e festas em sua casa, a qual se autodenominava “mansão”, reunindo jovens, muitas vezes adolescentes, que apelidava de “crias”, “filhos” ou “genros”. Contudo, sua trajetória começou a ser questionada após investigações iniciadas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) em dezembro de 2024, que focaram na exploração de crianças e adolescentes, tráfico de pessoas e na produção de conteúdo que promovia a “adultização” e sexualização de menores.

O caso tomou proporções significativas na mídia após um vídeo do influenciador Felca nas plataformas como o YouTube, onde ele analisou as práticas de Hytalo, alertando para a possibilidade de utilização da vulnerabilidade social de jovens para ganhar engajamento.

Consequências da prisão

No dia 15 de agosto de 2025, os mandados de prisão preventiva contra Hytalo e Israel foram cumpridos em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Desde então, a Justiça suspendeu seus perfis nas redes sociais, proibiu qualquer contato com menores e ordenou a desmonetização de seus canais. Busca e apreensão também foram realizadas em imóveis associados aos acusados.

A defesa de Hytalo continua buscando reverter a situação. Recentemente, houve um pedido para que ele pudesse conceder uma entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, mas a solicitação foi negada pela Justiça. A equipe do influenciador emitiu uma nota condenando a recusa como um “ataque à liberdade de expressão” e anunciou que pretende recorrer da decisão.

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