No último domingo (7), a Avenida Atlântica, em Copacabana, foi palco de um significativo protesto contra o feminicídio. Centenas de pessoas se reuniram para levantar suas vozes em defesa da vida das mulheres, em um ato promovido pelo movimento Levante Mulheres Vivas. O evento teve início ao meio-dia, no Posto 5, e se espalhou por pelo menos 20 estados e no Distrito Federal, refletindo a urgência da discussão sobre a violência de gênero no Brasil.
Feminicídio: uma realidade alarmante
Em 2025, mais de mil casos de feminicídio foram registrados em todo o Brasil, de acordo com dados coletados por órgãos de segurança pública. Somente no estado do Rio de Janeiro, até novembro, foram contabilizados 79 feminicídios e 242 tentativas de feminicídio. Essa estatística alarmante evidencia um problema social que precisa ser urgentemente abordado.
Segundo a lei brasileira, o feminicídio é caracterizado como o homicídio de uma mulher motivado por sua condição de gênero. Isso inclui fatores como violência doméstica, familiar e discriminação. Em virtude de sua gravidade, esse crime é tipificado como hediondo, com penas que variam de 20 a 40 anos de reclusão.
Casos recentes de violência
Um relato chocante de violência ocorreu na quarta-feira (3), quando Aline Nascimento foi esfaqueada por seu ex-companheiro, Emerson William Marcolan Lima, em Irajá, na Zona Norte do Rio. Aline, que já possuía uma medida protetiva contra o agressor, havia escapado de uma situação anterior em que ele tentou arremessá-la de uma janela.
A situação ilustra a dificuldade enfrentada por muitas mulheres, que, mesmo após obterem medidas protetivas, continuam a viver sob a ameaça de seus agressores. No caso de Aline, Emerson se aproximou dela sob o pretexto de entregar um celular e, logo depois, a atacou com uma faca. Embora tenha conseguido fugir inicialmente, ele foi capturado pelas autoridades, encontrado amarrado e com sinais de agressão.
A importância da mobilização social
O ato em Copacabana foi mais do que uma demonstração contra a violência de gênero; foi um chamado à ação coletiva. A presença de manifestantes de diferentes idades e origens mostra que a luta contra o feminicídio é uma preocupação que atravessa barreiras sociais. Durante o protesto, diversas mulheres compartilharam suas histórias, evidenciando a necessidade de um suporte mais robusto para as vítimas de violência.
A mobilização também busca aumentar a consciência sobre a importância de uma sociedade que refuta a violência e promove um ambiente seguro para as mulheres. O apoio mútuo e a solidariedade entre as mulheres são fundamentais para romper o ciclo de silêncio e impunidade que frequentemente envolve os casos de feminicídio.
Como buscar ajuda em casos de violência
É crucial que as vítimas de violência tenham conhecimento das ferramentas e recursos disponíveis para sua proteção. Organizações não governamentais e serviços especializados, como o serviço de atendimento à mulher (180), oferecem apoio psicológico, jurídico e orientação em situações de perigo. Além disso, campanhas de sensibilização para toda a comunidade são essenciais para mudar a percepção sobre o feminicídio e a violência de gênero.
Com iniciativas como o protesto em Copacabana, a luta contra o feminicídio ganha força e visibilidade. Se a sociedade como um todo continuar a se mobilizar, talvez seja possível um dia alcançar um futuro em que as mulheres possam viver de forma plena, sem medo de violência.
Para mais informações e atualizações sobre o tema, acesse o site do G1 e acompanhe as notícias sobre violência contra a mulher.

