Um caso de violência doméstica chamou a atenção da população de Vila Velha, no Espírito Santo, após a prisão de um personal trainer de 34 anos, identificado como Luã França de Carvalho. O homem foi detido por ameaçar e perseguir sua ex-namorada, uma policial penal, em um vídeo aterrador onde menciona uma “sessão de tortura”.
Ameaças alarmantes e vídeo chocante
Na gravação, que se espalhou rapidamente nas redes sociais, Carvalho exibe diversos objetos que, segundo ele, seriam utilizados para agredir a mulher. Ele faz declarações perturbadoras, dizendo: “Tô levando uma bica, vou levar um canivete pra te matar quando eu te encontrar”. Essas palavras refletem a gravidade da situação, mostrando não apenas a intenção de causar dano físico, mas também de destruir bens pessoais da vítima.
Essas ameaças ocorreram enquanto Carvalho aguardava a saída da ex-namorada do prédio em que ela reside, o que demonstra um padrão de comportamento de perseguição contínua. Segundo a Polícia Penal, esse comportamento é um indicativo claro de violência e possessividade, qualidades que já haviam sido relatadas pela policial penal, que tinha uma medida protetiva contra o ex-companheiro.
O contexto do relacionamento abusivo
A relação entre Carvalho e a policial penal não era saudável, caracterizada por agressões verbais e uma possessividade extrema. A própria vítima decidiu mudar-se para o Espírito Santo após ingressar em um concurso para a Polícia Penal na tentativa de escapar do ex-namorado, uma ação que revela a insegurança que ela sentia.
Weleson Vieira, diretor de Operações da Polícia Penal, destacou a seriedade das ameaças feitas pelo personal trainer. “Ele crava no vídeo quais modalidades de agressão que ele faria com ela. Isso é tortura”, afirmou, ressaltando o desprezo que Carvalho mostrou pela Justiça ao desrespeitar a medida protetiva.
Intervenção policial e prisões
As autoridades foram acionadas e, ao chegarem ao local, encontraram Carvalho em um estado emocional abalado. Ele não apenas se recusou a colaborar com a abordagem policial, mas também tentou agredir verbalmente os policiais e resistiu à prisão. Com isso, foi necessário o uso de técnicas de imobilização para detê-lo.
A polícia realizou a apreensão de diversos itens significativos, incluindo o celular do homem, que continha os vídeos e uma foto da vítima, além de uma quantia em dinheiro e cópias dos documentos legais relacionados ao caso. Os policiais enfatizaram que Carvalho estava claramente determinado a cometer um ato violento contra a policial, ignorando o fato de que ela estava armada e era parte da corporação.
Consequências legais para o personal trainer
Luã França de Carvalho foi autuado em flagrante por descumprimento da medida protetiva, ameaças, desobediência e desacato a funcionário público. Após a prisão, ele foi levado ao Centro de Triagem do Complexo Penitenciário Rodrigo Figueiredo da Rosa, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Esse incidente levanta questões importantes sobre a segurança das mulheres vítimas de violência doméstica e a eficácia das medidas protetivas. A história da policial penal é um testemunho do que muitas mulheres enfrentam diariamente, e o caso de Vila Velha ressalta a importância de ações mais eficazes para proteger essas vítimas e responsabilizar os agressores.
O futuro da vítima e esperança por mudança
Apesar do susto e da situação delicada, a policial penal está bem e planeja continuar suas atividades profissionais. “Ela deve retornar ao trabalho e continuar sua vida, mas a insegurança e o trauma ficarão”, comentou Weleson Vieira, evidenciando a necessidade de suporte psicológico e emocional para vítimas desse tipo de abuso.
Casos como esse são um lembrete urgente de que a sociedade deve continuar a lutar contra a violência de gênero. O apoio a vítimas e a conscientização sobre esses comportamentos abusivos são passos cruciais para um futuro mais seguro e justo para todas as mulheres.

