No último domingo (7), uma manifestação significativa ocorreu em Brasília, reunindo mulheres e apoiadores na luta contra o feminicídio. O ato teve lugar na icônica Torre de TV, um ponto central da capital, e se insere em uma mobilização que atingiu pelo menos 20 estados e o Distrito Federal. As participantes levantaram suas vozes para denunciar a alarmante taxa de feminicídios no Brasil, que já ultrapassa mil casos em 2025, segundo dados recentes.
Feminicídio: um problema alarmante no Brasil
O feminicídio, definido como o assassinato de mulheres por razões de gênero, tem se tornado um problema crescente no Brasil, refletindo uma cultura de violência contra a mulher que se mantém em várias esferas da sociedade. No Distrito Federal, foram registradas 26 mortes violentas de mulheres somente neste ano, enfatizando a urgente necessidade de ações efetivas para enfrentar esse ciclo de violência. Uma das vítimas mais recentes foi a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, atacada e morta por um soldado, que também causou um incêndio em um quartel do Exército.
Ato em Brasília: um grito por justiça
O protesto em Brasília começou por volta das 10h e contou com a participação de diversas organizações sociais e feministas. As participantes exibiram cartazes e entoaram gritos de ordem, clamando por justiça e pelo fim da violência de gênero. Além dos discursos emocionantes, a manifestação teve um caráter de memorial, com menções às vítimas de feminicídio que perderam suas vidas em 2025, um tributo que refletiu a dor e a indignação das participantes.
Casos de feminicídio no Distrito Federal
Os dados reunidos durante a cobertura da manifestação revelaram uma realidade cruel. Os casos de feminicídio registrados até dezembro de 2025 no DF incluem mulheres de diversas idades e contextos, refletindo a ubiquidade do problema. Aqui estão alguns exemplos:
- 5 de janeiro: Ana Moura Virtuoso, na Estrutural;
- 15 de janeiro: Elaine da Silva Rodrigues, em Planaltina;
- 15 de fevereiro: Gilvana de Sousa, entre Taguatinga/Samambaia;
- 22 de fevereiro: Géssica Moreira de Sousa, em Planaltina;
- 26 de fevereiro: Ana Rosa Brandão, no Cruzeiro;
- 29 de março: Dayane Barbosa, na Fercal;
- 31 de março: Maria José Ferreira, no Recanto Das Emas;
- 1º de abril: Marcela Rocha Alencar, no Paranoá;
- 7 de dezembro: Maria de Lourdes Freire, no SMU.
Esses casos refletem a urgência de medidas e políticas públicas mais rigorosas para prevenir tais atrocidades e garantir a proteção das mulheres.
Como buscar ajuda e denunciar
Em meio a esses episódios trágicos, a importância da conscientização e do suporte àquelas que sofrem violência se torna vital. Abaixo estão algumas formas de buscar ajuda e denunciar situações de violência contra a mulher:
- Disque 190 para a Polícia Militar;
- Disque 197 ou acesse a delegacia eletrônica da Polícia Civil;
- Disque 180 para a Central de Atendimento à Mulher;
- Dirija-se a qualquer delegacia de polícia ou para as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam);
- Disque 129 para a Central de Atendimento da Defensoria Pública com dígito exclusivo para mulheres.
É fundamental que as mulheres saibam que não precisam esperar por um ato de violência para solicitar uma medida protetiva. Situações como ciúmes excessivos e controle de patrimônio também são bases para o pedido de proteção.
Diante de uma realidade de crescente violência, o protesto em Brasília é um chamado para que a sociedade se una na luta pelo fim do feminicídio, clamando por justiça e proteção para todas as mulheres. A consciência e a atuação coletiva são ferramentas indispensáveis para transformar essa triste realidade.
Leia mais sobre a luta contra a violência de gênero e como você pode ajudar na conscientização. Juntas, podemos construir um mundo mais seguro e justo para todas.



