Ao buscar material para discutir a complementaridade de gênero, Heidi Bollich-Erne percebeu a ausência de uma publicação escrita por mulheres católicas. Assim, ela decidiu criar o que chama de o “primeiro jornal intelectual feminino católico”, com lançamento previsto para abril de 2026.
Missão de promover vozes femininas na Igreja
Bollich-Erne explica que o objetivo da revista é reunir vozes de mulheres católicas fiéis ao magistério, de diferentes formações e áreas de atuação, para refletir sobre o gênio feminino e sua vivência na rotina diária. “Queremos que as mulheres encontrem um espaço que valorize seu trabalho e sua expressão”, afirmou ela à CNA. “A publicação é escrita, editada e publicada exclusivamente por mulheres católicas.”
A revista, intitulada The Better Part Journal, busca oferecer esperança às mulheres da Igreja ao abordar temas relevantes, como neurociência, teologia, imagem corporal, infertilidade e violência. A primeira edição chama-se “Uncharted”.
Contexto e inspiração da criadora
Formada em teologia pela Universidade de St. Thomas e mestre em filosofia tomista pelo Centro de Estudos Tomistas, Bollich-Erne atua como professora no Texas, lecionando de ensino médio ao ensino superior. Durante sua trajetória, buscou conteúdos que aprofundassem discussões sobre a complementaridade de gêneros, mas constatou a escassez de publicações por mulheres católicas.
“Percebi a falta de autores femininos intelectuais e procurei por uma revista nesse sentido. Descobri que ela simplesmente não existia”, contou.
Para viabilizar o projeto, fundou uma empresa chamada JBG Publishings, em homenagem ao seu pai, falecido anos atrás, uma decisão que a fez refletir sobre a importância de trabalhar com propósito. “Depois da perda, percebi que a vida é curta e preciso dedicar-me a algo que realmente tenha significado.”
Veja a importância do projeto na Igreja e na cultura
A missão da revista é dar voz a mulheres fiéis ao magistério da Igreja e incentivar um diálogo interdisciplinar entre teologia, filosofia, ciências e cultura para definir e viver o gênio feminino. “Queremos mostrar o que significa essa expressão, que muitas vezes é tratada apenas como uma citação de João Paulo II, mas que na prática precisa de uma compreensão mais profunda”, afirmou Bollich-Erne.
O primeiro exemplar abordará temas de grande relevância, como os avanços da neurociência na compreensão do feminino, além de discutir questões sociais e culturais enfrentadas por mulheres, incluindo corrupção de valores mediáticos e impacto psicológico de histórias infantis.
Realismo na publicação e visual diferenciado
Apesar da tendência crescente de mídias digitais, a revista será exclusivamente impressa, pensando na durabilidade e no valor do objeto físico. “Gosto de tocar, de guardar livros, e quero que essa publicação seja algo que as mulheres possam conservar na estante”, explicou Bollich-Erne.
A revista usará fotografias originais e ilustrações especiais, com uma apresentação semelhante a um livro de alta qualidade, feita para ser apreciada por muito tempo.
Para participar, os textos devem oferecer valor prático ou intelectual para mulheres de diferentes idades e formações, buscando sempre a excelência estética e de conteúdo. “Queremos criar algo que não seja passageiro, que tenha um impacto duradouro”, afirmou a fundadora.
Perspectivas de expansão e esperança
Com planos de crescimento nos próximos anos, Bollich-Erne acredita que a revista pode fortalecer o papel das mulheres na Igreja e na sociedade. “Nosso objetivo é mostrar que mulheres inteligentes, felizes e respeitadas existem, e que merecem espaço e reconhecimento”, concluiu.
Ela reforça ainda o compromisso de usar a publicação como forma de fomentar um diálogo respeitoso e profundo, contribuindo para a formação de uma nova geração de mulheres católicas engajadas e conscientes do gênio feminino.


