A Apple está atravessando a mais ampla reformulação de sua alta liderança em anos. Com uma onda de saídas de executivos seniores, a companhia se encontra em meio a uma reestruturação considerável que não via desde a morte de seu cofundador e ex-CEO, Steve Jobs, em 2011. As mudanças vão desde divisões essenciais, como inteligência artificial e design, até assuntos legais e políticas ambientais, indicando um futuro incerto para a gigante da tecnologia.
A saída de líderes-chave da Apple
Na última quinta-feira, a Apple anunciou que Lisa Jackson, sua vice-presidente de meio ambiente, política e iniciativas sociais, e Kate Adams, conselheira geral da empresa, vão se aposentar em 2026. Adams é a diretora jurídica da Apple desde 2017, enquanto Jackson faz parte da companhia desde 2013. A saída de ambas se soma a uma lista crescente de altos executivos que deixaram ou anunciaram suas saídas este ano.
Recentemente, John Giannandrea, chefe da divisão de inteligência artificial, anunciou sua aposentadoria, e Alan Dye, responsável pelo design da interface do usuário, foi recrutado pela Meta, empresa de Mark Zuckerberg. Este movimento é considerado um grande golpe para a Apple, que tem enfrentado um turnover sem precedentes sob a liderança de Tim Cook.
A situação é ainda mais preocupante em áreas críticas, como a equipe de inteligência artificial da Apple, que sofreu perdas significativas, incluindo Ruoming Pang, que levou consigo cerca de 100 engenheiros ao se mudar para a Meta em julho. Ke Yang e Jian Zhang, também membros importantes da equipe, seguiram o mesmo caminho.
Preparativos para uma nova liderança na Apple
Embora a saída de tantos executivos seja alarmante, os relatórios sugerem que a troca de liderança pode não ser uma coincidência. Fontes indicam que a Apple está acelerando seu planejamento de sucessão, especialmente com a expectativa de que o atual CEO, Tim Cook, se aposente em 2026. Com 65 anos e uma trajetória que aumentou o valor de mercado da Apple de aproximadamente 350 bilhões para 4 trilhões de dólares, a escolha de seu sucessor é crucial.
O nome que se destaca como candidato interno para substituir Cook é John Ternus, embora sua escolha represente uma grande mudança em relação à direção que a Apple tomou nas últimas décadas. Enquanto Cook priorizou candidatos com experiência operacional, Ternus traz um sólido foco em desenvolvimento de hardware, especialmente para produtos como iPhone e iPad.
Além de Ternus, a Apple anunciou a contratação de Jennifer Newstead, que atualmente atua como conselheira geral na Meta, para ocupar o cargo de Adams. A mudança representa uma consolidação de responsabilidades, fundindo os papéis de liderança de Jackson e Adams. No departamento de design, Stephen Lemay sucederá Alan Dye e sua chegada é recebida com otimismo, especialmente após críticas ao desempenho de Dye.
Na equipe de IA, Amar Subramanya, ex-desenvolvedor da Google, será o novo chefe após a saída de Giannandrea. Essas mudanças têm como foco principal a especialização de cada novo líder para enfrentar os desafios que o sucessor de Cook terá de encarar.
O futuro da Apple em transformação
A direção de Apple está sob avaliação profunda à medida que a companhia se prepara para enfrentar novos desafios em um setor em rápida evolução. A capacidade de Subramanya em apressar o desenvolvimento de IA, a liderança de Lemay na manutenção da vantagem de design da Apple e a habilidade de Newstead em lidar com questões regulatórias têm grande importância para o futuro da empresa.
Com essas mudanças, a Apple se prepara para um futuro que pode ser tão transformador quanto o período de transição de chefia entre Jobs e Cook. A saída de tantos executivos chave indica que a Apple de 2026 será muito diferente da Apple que cresceu para se tornar uma potência de 4 trilhões de dólares nos últimos anos.
Em suma, a Apple está em um ponto crítico de sua história, podendo enfrentar tanto desafios quanto oportunidades em sua busca por inovação e crescimento. Resta saber como a empresa irá reagir frente a essas mudanças significativas na liderança.



