Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Espírito Santo registra impacto na alta do preço do ovo devido às exportações para os EUA

O Espírito Santo enfrentou um dos maiores aumentos no preço do ovo no país, consequência do forte crescimento das exportações brasileiras para os Estados Unidos, que, até outubro de 2024, tiveram um aumento de mais de 1.000% comparado ao mesmo período de 2023. A valorização ocorreu antes do impacto do tarifaço de 50% imposto pelos EUA em agosto, que reduziu drasticamente as vendas para aquele mercado.

Exportações brasileiras de ovos e a crise nos EUA

Durante o primeiro semestre de 2024, as vendas de ovos do Brasil ao mercado norte-americano passaram de 220 toneladas em janeiro para mais de 5.000 toneladas em junho. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), essa demanda disparou devido à crise de produção nos Estados Unidos, causada pelo surto de gripe aviária, que reduziu a oferta e elevou os preços locais, chegando a R$ 60 na dúzia, em março.

Entretanto, após a implementação do tarifaço de 50% em agosto, as exportações brasileiras ao país norte-americano caíram de mais de 5.000 toneladas para apenas 41 toneladas em outubro. Mesmo assim, o valor enviado ao mercado dos EUA até outubro de 2024 foi expressivamente superior ao registrado em 2023, refletindo um crescimento de mais de 1.000% nas vendas entre os dois períodos.

Impacto no mercado interno e perspectivas para o Brasil

De acordo com projeções da ABPA, as exportações brasileiras de ovos deverão encerrar 2025 com uma alta de 116,6%, consolidando o Brasil como uma potência exportadora no setor. O volume exportado, que ultrapassou 1% da produção nacional pela primeira vez, mostra a consolidação de uma cultura exportadora, com o Espírito Santo sendo uma das regiões mais beneficiadas.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destaca que a produção de ovos no Brasil deve alcançar 62,25 bilhões de unidades neste ano, podendo chegar a 66 bilhões em 2026, o que representa cerca de 287 ovos por habitante neste ano, chegando a 307 na previsão para o próximo.

Crise na produção de ovos nos EUA e efeitos globais

Os Estados Unidos enfrentaram uma crise no setor de ovos em 2025, com escassez e preços elevados devido ao surto de gripe aviária. Nos primeiros meses do ano, supermercados enfrentaram falta de produto e limitaram compras, além de ocorrências de roubo de ovos avaliado em US$ 40 mil na Pensilvânia, em fevereiro.

O surto de vírus, que já matou cerca de 8 milhões de aves desde setembro, levou à necessidade de sacrifícios em grande escala, afetando a produção e o abastecimento. Estimativas apontam que cada norte-americano consuma mais de 284 ovos ao ano, reforçando a forte demanda interna que, aliada à crise sanitária, elevou os preços no primeiro trimestre.

Outros mercados e o futuro das exportações brasileiras

Além dos EUA, o Japão também aumentou suas compras de ovos brasileiros em 230% de 2024 para 2025, enquanto o Chile reduziu suas importações em 41%. Segundo Ricardo Santin, o Brasil está consolidando uma cultura de exportação de ovos, levando em consideração o crescimento esperado da produção, que pode atingir 66 bilhões de unidades até 2026.

O cenário indica que o Brasil começará a priorizar cada vez mais o mercado externo, embora a maior parte da produção continue destinada ao consumo doméstico, que é o maior marché para o setor de ovos no país.

A crise nos EUA, ainda que temporária, serve de alerta para a importância da diversificação de mercados e aumento da competitividade do setor de ovos brasileiro, que visa fortalecer sua presença global nos próximos anos, mesmo diante de obstáculos como tarifas e crises sanitárias internacionais.

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