Pesquisa recente revelou que a taxa de saída do Bolsa Família varia bastante conforme faixa de idade, região e gênero. Entre os beneficiários que tinham de 11 a 14 anos em 2014, 68,8% já não participam do programa até outubro de 2025, enquanto na faixa de 15 a 17 anos o percentual sobe para 71,25%.
Desigualdades regionais e de gênero na saída do Bolsa Família
De acordo com o levantamento, moradores do Norte e Nordeste deixam o programa em ritmo mais lento, especialmente mulheres e residentes na zona rural. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, explicou que esses grupos enfrentam maiores dificuldades para migrar para a inserção no mercado de trabalho devido à elevada quantidade de pessoas em situação de pobreza, especialmente nas áreas rurais.
“Essas regiões concentram mais pessoas em situação de vulnerabilidade, o que dificulta sua saída do programa ao longo do tempo”, declarou Dias. Segundo ele, municípios nordestinos e do Norte registraram uma taxa de saída próxima a 55%, enquanto no Sul, Centro-Oeste e Sudeste a porcentagem chega a 80%, 77% e 75%, respectivamente.
Fatores que dificultam a saída do programa
O ministro destacou ainda que a baixa participação de mulheres, residentes na zona rural e em regiões mais pobres é consequência do cenário de desigualdade econômica e social. “Aumentar a qualificação, garantir oportunidades de emprego e ampliar o acesso à infraestrutura são desafios prioritários”, afirmou Dias.
Para tanto, o governo vem ampliando ações do programa Acredita, que oferece microcrédito, cursos de formação profissional e apoio ao empreendedorismo. Além disso, iniciativas como as “cuidotecas” visam oferecer suporte às mulheres que precisam cuidar de familiares para buscar emprego ou estudar.
Previsões e próximos passos
Diante dessas desigualdades, o ministro enfatiza a necessidade de atenção especial às áreas rurais e às populações mais vulneráveis. “Nosso objetivo é criar condições para que o maior número possível de beneficiários consiga deixar o programa e conquistar autonomia econômica”, complementou Dias.
A pesquisa reforça a importância de políticas públicas focadas na inclusão social, que possam reduzir as desigualdades regionais e de gênero, além de facilitar a saída gradual do Bolsa Família por quem já alcançou condições de autonomia.
Mais detalhes podem ser conferidos no artigo completo do O Globo.


