Brasil, 21 de dezembro de 2025
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Volatilidade no mercado encerra semana com queda e alerta para 2026

A semana no mercado financeiro terminou em forte turbulência, com o Ibovespa encerrando com uma queda de 4,31%, aos 157.369 pontos, e o dólar em alta de 2,31%, cotado a R$ 5,43. A forte oscilação foi desencadeada pelo anúncio do senador Flávio Bolsonaro como candidato do PL à presidência em 2026, um movimento que pegou investidores de surpresa, já que muitos apostavam na candidatura do governador Tarcísio de Freitas.

Crise política e reflexos no mercado

O tombo de hoje é o maior desde 2 de fevereiro de 2021, quando o Ibovespa caiu 4,87% devido às incertezas triggered pelas medidas do governo na Petrobras e a crise gerada pela pandemia. Segundo o economista Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, aquela crise ocorreu num momento de incerteza política acentuada, que agora se intensifica com o cenário eleitoral de 2026.

“Naquele mês, a substituição do presidente da Petrobras pelo governo federal acendeu alertas sobre interferência política em estatais e provocou fuga de capital estrangeiro. Isso alimentou uma crise de confiança que durou meses”, explica Rivero.

Impacto das eleições na volatilidade

O ambiente político de hoje é marcado por realizações rápidas e uma crescente desconfiança do mercado, como lembra o economista Álvaro Bandeira. Na quinta-feira (4/12), o Ibovespa atingiu seu maior patamar histórico: 164.550,77 pontos, antes de recuar na sexta-feira em meio às incertezas eleitorais.

As próximas semanas são vistas como decisivas, especialmente com a Super-Quarta-feira, quando reuniões do Federal Reserve e do Copom podem determinar o rumo das taxas de juros globais. Segundo Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, uma sinalização de cortes de juros pelo Fed e pelo Banco Central brasileiro pode ajudar a sustentar o mercado.

Perspectivas para o cenário internacional e doméstico

O movimento de queda na bolsa pode manter-se, especialmente porque o mercado já precificou boa parte das decisões esperadas na próxima semana. “Os investidores aguardam sinais do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom), que serão o verdadeiro divisor de águas”, avalia Iarussi.

Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, acrescenta que um aumento do diferencial de juros entre Brasil e EUA, aliado à manutenção da Selic, pode ser um gatilho positivo para o real e para a Bolsa. Contudo, ela alerta que a forte reação de hoje pode persistir devido ao já esperado impacto das próximas decisões de política monetária.

Expectativas para inflação e cenário econômico

Na próxima semana, o IBGE divulgará a inflação oficial de novembro, que deve mostrar uma continuidade do processo de desaceleração da inflação no país. Segundo o economista André Galhardo, a expectativa é de uma alta de 0,17% no mês, o que pode levar o IPCA de 4,68% para 4,45%, dentro do intervalo de tolerância da meta.

Se o cenário se confirmar, este será o menor resultado para novembro desde 2018 e o segundo menor desde 1998, reforçando o movimento de desinflação que o país vem experimentando.

Para mais detalhes sobre a turbulência do mercado, consulte a matéria completa no O Globo.

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