De acordo com o estudo “Filhos do Bolsa Família: uma análise da última década do programa”, divulgado nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), sete em cada dez jovens beneficiários do programa em 2014 deixaram o benefício até 2025. A pesquisa analisa os efeitos do Bolsa Família na quebra de ciclos de pobreza entre gerações.
Indicadores de mobilidade social e saída do programa
O estudo aponta que a taxa de saída do Bolsa Família foi especialmente elevada entre os adolescentes. Entre quem tinha de 11 a 14 anos em 2014, 68,8% já não faziam parte do programa até outubro deste ano. Para a faixa de 15 a 17 anos, o percentual sobe para 71,25%. Considerando todas as faixas etárias até os 18 anos, a média de saída foi de 60,7%.
Impacto na geração mais jovem e oportunidades futuras
Para jovens de 15 a 17 anos em 2014, que estavam na idade de atuar no mercado de trabalho e estudar, mais da metade (52,67%) não estavam no CadÚnico em 2025. Além disso, apenas 28,4% deles tinham emprego formal em 2023, segundo dados secundários.
O contexto atual e avanços sociais
Marcelo Neri, diretor da FGV Social, avalia que “estamos numa situação bem diferente do que tínhamos há dez anos”. Ele destaca que os menores índices de pobreza e desigualdade, aliados ao aumento da ocupação, podem acelerar a mobilidade social das próximas gerações.
“Em nenhum momento da história brasileira a pobreza esteve tão baixa como agora, assim como a desigualdade. A compreensão da mobilidade geracional é fundamental nesta análise”, afirma Neri.
Fatores que favorecem a mobilidade social
O estudo reforça que a Educação e a formalização do emprego dos pais são essenciais para a mobilidade dos filhos. Quando o chefe da família tem emprego formal, a taxa de saída do programa chega a quase 80%. Já se o trabalho é informal ou autônomo, os índices caem para entre 52% e 66%. Pais sem remuneração contribuem para uma saída de apenas 52,4%.
Qualidade de trabalho e expectativas futuras
Valdemar Neto, pesquisador da FGV, destaca que “não basta estar no trabalho, o tipo de remuneração é determinante”. Segundo ele, empregos com carteira assinada representam uma espécie de vacina contra vulnerabilidades, além de melhorar as condições de moradia e perspectivas para futuras gerações.
Perspectivas para o presente e o futuro
Apesar dos avanços, a pesquisa aponta que a inclusão produtiva ainda precisa ser ampliada para garantir maior mobilidade social. O governo reforça que programas de qualificação e de apoio ao emprego podem acelerar essa trajetória.
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Mais informações podem ser acessadas na reportagem completa disponível em O Globo.


