O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) ficou estável em novembro, com variação de apenas 0,01%, sinalizando uma redução nas pressões inflacionárias no país. No acumulado do ano, o indicador acumula queda de 1,30%, enquanto, em 12 meses, registra variação negativa de 0,44%. Em novembro de 2024, o índice havia registrado alta de 1,18%, com variação anual de 6,62%, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Redução nas pressões de preços de alimentos e produtos agrícolas
De acordo com o economista Matheus Dias, pesquisador do FGV Ibre, a desaceleração reflete uma redução importante nas pressões sobre produtos agrícolas, beneficiando a mesa dos brasileiros. “O IGP-DI e o IGP-M mostram o mesmo cenário: preços de alimentos exercendo menos pressão que no ano passado, especialmente na ponta do produtor, que impacta mais rapidamente os alimentos in natura”, explica Dias. A melhora ocorre sobretudo na commodities agropecuárias, que cozinham o ritmo de aumento dos preços ao consumidor final.
Impacto na inflação e indicadores relacionados
Segundo o levantamento, a retração de 0,30% nos preços das matérias-primas brutas foi o principal fator para a queda de 0,11% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) em novembro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,28%, impulsionado por grupos como Educação, Leitura e Recreação (que passou de -0,43% para 2,15%) e Habitação (que variou de -0,23% para 0,30%). “Habitação e Recreação, bastante impactados pelo valor das passagens aéreas, irão influenciar o próximo IPCA divulgado na quarta-feira, podendo gerar surpresas positivas na inflação”, afirma Dias.
Perspectivas e possíveis surpresas na inflação
Dia acrescenta que a coleta mais recente indica que muitos preços, especialmente de alimentos, ainda não refletem o típico efeito sazonal de final de ano. “Cereais, incluindo arroz e feijão, estão praticamente negativos o ano todo. Legumes e carnes, embora levemente positivos na coleta atual, ainda apresentam cortes negativos. Pode haver surpresas na inflação”, observa o economista.
Expectativas para o próximo período
De acordo com o Boletim Focus desta semana, analistas do Banco Central estimam uma alta de 0,20% para o IPCA em novembro, com previsão de fechar o ano em 4,43%, dentro da meta oficial. A expectativa é de que a inflação desacelere ainda mais nos próximos meses, reflexo da menor pressão de preços de alimentos e dos ajustes nos preços industriais.
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