No último dia 3 de dezembro, uma discussão entre o soldado Joaquim Filho e sua companheira, Larissa Gomes da Silva, resultou em um desfecho trágico na cidade do Eusébio, localizada na Grande Fortaleza. Larissa, de 26 anos, era uma policial militar dotada de uma carreira promissora, mas sua vida foi interrompida em um momento de crise conjugal. A comunidade local e os colegas de farda lamentam a perda precoce da jovem mãe de três crianças.
A vida e a carreira de Larissa Gomes
Larissa ingressou na Polícia Militar do Ceará em 22 de junho de 2022, e estava lotada na 1ª Companhia do 15º Batalhão. Reverenciada pelos colegas como uma profissional dedicada e sonhadora, Larissa deixava uma impressão positiva entre seus superiores. “Ela era um exemplo para o 15º Batalhão”, destacou o capitão Felipe Amorim, que se mostrou consternado com a situação.
A jovem era mãe de três filhos e, segundo sua mãe, Fabíola Paiva, sempre foi uma aluna estudiosa e batalhadora. “Ela veio de uma realidade difícil e sempre teve a visão de superar obstáculos para conquistar seus objetivos”, comentou a mãe, emocionada.
Um relacionamento conturbado
Apesar da trajetória promissora, o relacionamento de Larissa com Joaquim Filho era marcado por episódios de violência. Fabíola revelou que a filha havia sido agredida diversas vezes, incluindo agressões físicas e intimidações. “Ele já tinha dado tiros em sua garrafa e feito marcas em sua casa, mostrando que a situação era bastante séria”, relatou a mãe em entrevista à TV Verdes Mares.
Além disso, Larissa tinha ficado isolada do convívio social devido ao comportamento controlador de Joaquim. O acesso dela aos amigos e até mesmo a seus filhos de um relacionamento anterior foi restringido por ele. Fabíola relatou que, ao tentar denunciar as agressões, foi ameaçada pelo genro. “Ele dizia que sabia onde eu morava, e isso me impediu de agir”, afirmou a mãe.
Os eventos tragédicos do dia
Na fatídica tarde de 3 de dezembro, Larissa e Joaquim trocaram tiros durante uma discussão. As circunstâncias envolvidas na briga ainda são incertas, mas a polícia confirmou que ambos foram baleados. Larissa foi atingida no abdômen e no tórax, enquanto Joaquim sofreu um ferimento na perna. Infelizmente, Larissa não sobreviveu aos ferimentos e foi declarada morta na Unidade de Pronto Atendimento do Eusébio.
Joaquim, que não estava em serviço no momento do incidente, foi transferido para o Hospital Instituto Doutor José Frota, em Fortaleza, onde permanece sob escolta policial. Seu estado de saúde é considerado estável.
Investigações e repercussão
A Polícia Militar apreendeu as armas do casal no local do crime, e as circunstâncias do incidentes estão sob investigação pela Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar e Disciplina. Entretanto, surgem questões sobre a natureza da morte de Larissa: será que o caso será tratado como feminicídio? Até o momento, a corporação não se posicionou sobre essa questão.
A trágica morte de Larissa Gomes acendeu um alerta sobre a violência doméstica e a dinâmica de relacionamentos abusivos, principalmente em um contexto em que ambos os envolvidos eram parte da força policial. A comunidade lamenta a perda de uma mulher que tinha tanto potencial e que, infelizmente, se tornou mais uma estatística de violência contra a mulher no Brasil.
O caso de Larissa destaca não somente a importância da luta contra a violência de gênero, mas também a necessidade de um suporte adequado às vítimas em situações semelhantes. A história dela serve como um lembrete doloroso de que a violência pode ocorrer em qualquer lugar, mesmo entre aqueles que são encarregados de proteger a sociedade.
Enquanto o luto ainda permeia o ambiente familiar e profissional, é essencial que a sociedade se una para combater a violência doméstica e apoiar as vítimas, garantindo que histórias como a de Larissa não se repitam no futuro.


