Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Policiais militares são condenados por estupro e extorsão em Salvador

Quatro policiais militares, condenados por estupro e extorsão mediante sequestro em um caso marcado por atrocidades cometidas em 2015 em Salvador, ainda não estão presos, apesar da gravidade das acusações. O crime, que ficou em segredo por anos, ganhou notoriedade após investigações conduzidas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a revelação de detalhes aterradores sobre o que ocorreu naquela noite fatídica.

O crime brutal em Mussurunga II

Em novembro de 2015, no bairro de Mussurunga II, os policiais Sergio Luiz Batista Sant’anna, Valter dos Santos Filho, Josival Ribeiro Ferreira e Pablo Vinicius Santos de Cerqueira, pertencentes à 49ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/São Cristóvão), invadiram a residência de um casal. O objetivo era extorquir o morador, alegando que ele tinha vinculação com tráfico de drogas, ameaçando levá-lo à delegacia caso não pagasse a quantia de R$ 5 mil.

Ao chegarem ao local, encontraram o homem e sua esposa dormindo. O homem foi levado para uma viatura, onde foi extorquido por R$ 1.500, valor acordado com seu pai que, ao tomar ciência da situação, imediatamente denunciou os policiais à Corregedoria Geral da Polícia Militar.

Detalhes do estupro

Enquanto o almejado pagamento não era concretizado, os policiais perpetraram um ato ainda mais violento: abusaram sexualmente da esposa do homem. Durante a ausência do marido, o sargento Sergio e o cabo Josival conduziram a mulher para uma casa em construção, onde a obrigaram a praticar atos sexuais sob coação. Segundo o Ministério Público, eles não usaram preservativos e deixaram vestígios grotescos da violência, incluindo sêmen encontrado no local.

Provas e evidências

As investigações trouxeram à tona um rastro de evidências contundentes. Entre elas, escalas de serviço, laudos periciais e depoimentos de testemunhas que corroboraram a narrativa das vítimas. Os celulares dos policiais condenados foram periciados e, apesar de terem sido deletadas, foram encontradas fotos da mulher nua e um vídeo que mostrava parte do ato sexual, solidificando o caso contra eles.

Repercussão e impactos sociais

A condenação dos policiais revela não apenas os horrores de um crime cometido sob a tutela da lei, mas também a necessidade urgente de reforma nas instituições que se supõem proteger a população. A desumanização de um crime dessa magnitude, praticado por agentes do Estado, provoca indignação e pede mudanças estruturais na Polícia Militar e no sistema de justiça criminal do Brasil.

Além disso, o fato de que os policiais se recusaram a realizar exames de coleta de material genético após os fatos só agrava a percepção de impunidade que permeia essas situações. As vítimas não apenas enfrentam trauma psicológico e físico, mas também um sistema que frequentemente falha em oferecer justiça efetiva.

Tempo de espera por justiça

O longo processo judicial, que se arrasta por quase uma década, evidencia as dificuldades que muitos enfrentam ao procurar justiça em casos de violência sexual. Embora os condenados possam recorrer, a esperança das vítimas e da sociedade é que a justiça seja finalmente servida e que esses crimes não fiquem impunes.

As vozes que clamam por mudança são cada vez mais urgentes, e a evolução deste caso poderá ser um divisor de águas na luta por direitos e proteção para as mulheres e a sociedade como um todo. As investigações estão em andamento, e resta esperança de que soluções concretas possam ser implementadas para evitar que cenas de horror como essas se repitam no futuro.

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