Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Fundação nigeriana responde a controvérsia sobre declarações de Bispo Kukah

A The Kukah Centre (TKC), uma instituição de política pública na Nigéria, rebateu interpretações equivocadas sobre as declarações do Bispo Matthew Hassan Kukah, relacionadas à alegada genocídio de cristãos no país. A resposta veio após críticas da mídia que questionaram o conteúdo de seus comentários feitos durante eventos recentes.

A reação do TKC às críticas sobre Kukah

Em nota divulgada na última terça-feira, o diretor executivo do TKC, Padre Atta Barkindo, afirmou que os relatórios midiáticos não refletem com precisão as palavras de Kukah, tampouco o contexto de sua atuação ao longo de meio século. Segundo ele, as reportagens subestimaram a atenção que o fundador da instituição dedica às questões de liberdade religiosa na Nigéria.

“O TKC tem acompanhado com humildade as recentes notícias sobre as declarações de nosso fundador, especialmente aquelas relacionadas à proteção da liberdade de consciência, religião e culto na Nigéria, sobretudo no Norte, área de grande vulnerabilidade para os cristãos,” declarou Barkindo.

Declarações do Bispo Kukah e acusações de uma suposta incitação ao ódio

Na sua participação em uma convenção em Kaduna, em 28 de novembro, Kukah afirmou que as alegações de genocídio ou perseguição sistemática a cristãos na Nigéria não possuem dados confiáveis que as sustentem. Ele questionou: “Em que Nigéria essas cifras são verificadas?” Referindo-se às afirmações de que “milhares de igrejas são queimadas todos os anos”, Kukah afirmou que esses números carecem de comprovação oficial e que o conceito de genocídio envolve mais do que números, sendo uma questão de intenção deliberada de exterminar um grupo.

“Você pode matar 10 milhões de pessoas e isso ainda não configurar genocídio se não houver intenção planejada”, disse Kukah, enfatizando que alguns episódios de violência podem ser crimes isolados ou oportunistas, não motivados por ódio religioso. Essa postura gerou críticas de diversos setores do cristianismo na Nigéria, que alegam que a violência contra fiéis cristãos constitui uma forma de genocídio.

Reações divergentes da sociedade e reflexões sobre a situação da fé na Nigéria

Organizações religiosas, como a Christian Association of Nigeria, defenderam que os ataques à comunidade cristã constituem uma verdadeira “genocídio cristão”, acusando o governo de não conseguir proteger suas comunidades. Por sua vez, críticos argumentam que, ao focar apenas na intenção, muitos fatos do cotidiano permanecem sem atenção, inclusive as perdas pessoais e o sentimento de insegurança dos fiéis.

Em resposta às controvérsias, Barkindo destacou que Kukah reconhece a gravidade da crise de perseguição religiosa e que suas declarações ao Vaticano, feitas em 21 de outubro, reforçam seu compromisso com a denúncia e a luta por justiça. Ele afirmou que “o bispo não diminui a seriedade da crise, mas busca esclarecer conceitos e evitar alarmismos infundados”.

Próximos passos e o impacto para a atenção internacional

De acordo com Barkindo, o TKC continuará a defender a tolerância zero à perseguição religiosa, solidarizando-se com as vítimas e cobrando responsabilização dos culpados. A instituição também pretende esclarecer o tema em futuros debates públicos, buscando equilibrar a narrativa e fortalecer a proteção aos cristãos na Nigéria.

Mais detalhes das declarações do Bispo Kukah podem ser conferidos na matéria da CNA. A controvérsia levantou novamente o debate sobre o grau de risco que os cristãos enfrentam no país e a forma como o tema é tratado pela mídia internacional.

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