Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Fotografia revela a luta de cristãos perseguidos na Nigéria e Iraque

Na terça-feira, padres Atta Barkindo e Karam Shamasha participaram de uma discussão que deu vida a uma exposição fotográfica intitulada “Vendo os Perseguidores e Deslocados”, exibida no Santuário Nacional de São João Paulo II, em Washington, D.C., até 8 de fevereiro de 2026. A mostra foca nas “faces esquecidas” dos cristãos perseguidos na Nigéria e Iraque, com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre suas dificuldades.

Perseguição e resistência: fotos que narram histórias

O fotógrafo e professor de teologia Stephen Rasche, que dedicou anos a registrar a situação de cristãos perseguidos nesses países, afirmou que espera que as imagens reflitam “uma centelha de dignidade humana”. Rasche, membro sênior do Religious Freedom Institute, também atua na Igreja Católica na Campanha pela Liberdade Religiosa, e sua trajetória inclui testemunhos dos desafios enfrentados por iraquianos e nigerianos.

Segundo Rasche, a exposição procura mostrar as histórias de pessoas que, apesar da violência, continuam buscando uma vida com dignidade. “Queremos que as pessoas vejam a esperança, a coragem e a resistência desses cristãos”, destacou o especialista, que também foi membro fundador da Universidade Católica de Erbil, no Curdistão, em 2014.

Contexto da perseguição na Nigéria

Durante a discussão, Padre Atta Barkindo explicou que a perseguição aos cristãos na Nigéria ocorre em dois níveis: o político e o de violência física. “Antes de a Nigéria ser um país, havia dois califados islâmicos na região norte, com relações diplomáticas com o Império Otomano”, recordou. Após a destruição desses califados pelos britânicos, a implantação do sistema de lei sharia resultou na marginalização dos cristãos, com escolas missionárias fechadas e dificuldades de participação na vida civil.

Barkindo ressaltou que a violência evoluiu ao longo do tempo devido ao fracasso do governo em garantir segurança. “A perda de confiança no Estado levou a um aumento da violência, que continua até hoje”, afirmou.

Padre Atta Barkindo, Padre Karam Shamasha e Stephen Rasche discutem perseguição

Padre Atta Barkindo, Padre Karam Shamasha e Stephen Rasche discutem perseguição. Crédito: Madalaine Elhabbal/CNA

Padre Barkindo, diretor do Kukah Centre, lidera esforços de segurança comunitária na Nigéria e destacou a importância de estratégias de paz e diálogo para reduzir a violência. “Treinamos civis em mediação, coleta de inteligência e respostas rápidas para evitar que os conflitos escalation”, explicou.

Perseguição na Síria e Iraque

Padre Shamasha, que também participou do debate, relatou o impacto do ideário islâmico radical e a perseguição que enfrentou desde 2003, quando estudava em Bagdá. Após ser forçado a deixar a capital devido à violência, refugiou-se na região de Erbil, no Curdistão, onde fundou a Universidade Católica de Erbil com apoio de organizações como os Cavaleiros de Colombo. Sua missão é ajudar jovens cristãos a viverem com dignidade e a se tornarem líderes em suas comunidades.

“Estamos lutando para permanecer e ser uma luz neste país e na região”, afirmou Shamasha, que possui doutorado e mestrado em teologia moral, além de títulos em direito canônico e estudos interreligiosos.

O religioso destacou ainda a importância de ações comunitárias de paz, como as realizadas pelo Centro Kukah na Nigéria, que realiza mediações e monitora a ameaça de crises locais. “Queremos que o mundo entenda a complexidade da perseguição religiosa e que mostre solidariedade aos cristãos”, concluiu Bashindo.

Para mais informações, acesse a fonte oficial do Religious Freedom Institute.

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