Brasil, 23 de dezembro de 2025
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Desigualdade salarial: líderes negros ganham 34% a menos

De acordo com o levantamento Síntese de Indicadores Sociais divulgado nesta quarta-feira (3) pelo IBGE, pessoas pretas ou pardas que atuam como diretores e gerentes recebem, em média, 34% menos que brancos nesses cargos, refletindo uma persistente desigualdade racial no mercado de trabalho brasileiro.

Dados mostram avanços e desafios na redução da desigualdade salarial racial

Em 2024, os líderes negros têm rendimento mensal médio de R$ 6.446, enquanto seus colegas brancos ganham R$ 9.831, uma diferença de R$ 3.385. Apesar de a disparidade ter diminuído, comparado a 2012, quando os negros recebiam 39% menos, o avanço ainda é insuficiente — em 2023, o percentual de desigualdade era de 33%.

Distribuição de renda por grupos ocupacionais

O estudo destaca que os cargos de direção e gerência concentram o maior rendimento médio, com R$ 8.721. No entanto, a disparidade racial mais acentuada ocorre nesses segmentos, seguido pelos profissionais das ciências e intelectuais, com uma diferença de R$ 2.220 — brancos recebem R$ 7.412, enquanto negros, R$ 5.192. Na categoria de força de trabalho das Forças Armadas, policiais e bombeiros, a desigualdade é menor, de R$ 934, com brancos ganhando R$ 7.265 e pretos ou pardos, R$ 6.331.

Impacto da escolaridade e mercado informal

Apesar de o estudo indicar que o diploma de ensino superior não reduz significativamente a desigualdade salarial entre brancos e negros, a formalidade no trabalho também apresenta diferença racial: 45,6% dos trabalhadores pretos ou pardos estão em condições informais, contra 34% dos brancos. Além disso, apenas 8,6% dos pretos e pardos ocupam cargos de direção ou gerência, enquanto entre os brancos esse percentual sobe para 17,7%.

Situação no mercado de trabalho

O rendimento por hora de um trabalhador branco com ensino superior é de R$ 43,20, enquanto o de um negro é de R$ 29,90, uma diferença de 44,6%. Segundo João Hallak Neto, pesquisador responsável pela análise, fatores como inserção no mercado e área de atuação influenciam na disparidade salarial, além do nível de escolaridade. “Não importa apenas a graduação, mas também a ocupação compatível com o nível de instrução”, afirma.

Perspectivas e desafios para a inclusão racial no mercado de trabalho

O estudo reforça a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão racial e a redução da desigualdade salarial, especialmente em cargos de liderança. Apesar das melhorias ao longo dos anos, os números indicam que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar igualdade de oportunidades e remuneração entre brancos e negros no Brasil.

Para mais detalhes, acesse a fonte original.

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