O reajuste do salário mínimo em 2026 deve ser menor do que o estimado inicialmente, conforme anúncio do governo nesta semana. A nova previsão, enviada ao Congresso pelo Ministério do Planejamento, aponta um valor de R$ 1.627, uma redução em relação ao valor previsto anteriormente de R$ 1.631. A mudança está relacionada ao comportamento da inflação, que deve encerrar o ano abaixo das projeções iniciais.
Impacto da inflação na atualização do mínimo
A previsão do reajuste leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que será divulgado no próximo dia 10. A inflação medida pelo IPCA-15, que atingiu 0,20% em novembro e acumula 4,5% em 12 meses, indica que o valor do salário mínimo pode subir cerca de 7,2% em 2026, considerando o piso atual de R$ 1.518. No entanto, a definição dependente do INPC, que ainda será divulgado, poderá alterar essa estimativa.
Critérios para reajuste do salário mínimo
Regra de correção e limites
O cálculo do reajuste para o próximo ano segue a regra de atualização pelo INPC de 12 meses até novembro do ano anterior, neste caso, 2025. Além disso, há um componente de aumento real baseado no Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, limitado a 2,5%, de acordo com o novo arcabouço fiscal. Assim, o reajuste não deve ultrapassar esse limite.
Contexto econômico e previsões
Apesar da projeção de menor reajuste, o governo não solicitou cortes nos gastos previdenciários e sociais ao enviar as novas estimativas econômicas ao Congresso. A expectativa é que, se confirmada, a atualização do salário mínimo em 2026 seja de aproximadamente 7,2% em relação ao piso atual. Tal reajuste impacta uma série de benefícios, incluindo aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada.
Segundo analistas, a menor projeção de inflação contribui para uma redução futura nos gastos com benefícios sociais, embora a decisão final sobre a tramitação do Orçamento Cabe ao Congresso avaliar as providências necessárias.
Desafios fiscais e cenário político
O governo destaca que a sugestão de corte nos gastos depende da deliberação parlamentar, e o Ministério do Planejamento não solicitou ainda alterações no orçamento. Além disso, a crise no setor de crédito consignado, evidenciada pelo alto índice de inadimplência de um terço das empresas que aderiram ao programa, também influencia as decisões fiscais futuras.
Para o setor financeiro, o Banco Central busca implementar regras mais rígidas para o Fundo de Garantia de Crédito (FGC), para reforçar a estabilidade do sistema e evitar riscos adicionais em um cenário de incerteza econômica.
Por fim, a expectativa do governo é que, com a atualização do INPC, o reajuste do salário mínimo reflita as condições reais do mercado e da inflação, garantindo sustentabilidade às políticas sociais e previdenciárias do país.


