Goiânia – A corretora de imóveis de luxo Ludmila Balduino, que atua na capital goiana, trouxe à tona uma peculiaridade que tem chamado a atenção em sua rotina de trabalho. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, ela falou sobre a resistência de clientes a apartamentos localizados no 13º andar, o mesmo número que figura na urna do Partido dos Trabalhadores (PT). “Todas as vezes, sem exceção, que eu vou atender, e o andar do apartamento é o 13. Eu já aperto e fico esperando a reação do cliente”, relatou Ludmila, enfatizando que a resposta é sempre negativa.
A resistência a um andar de número 13
O relato de Ludmila reflete uma crença popular enraizada no Brasil, onde o número 13 é frequentemente associado a superstições negativas, especialmente em um contexto político polarizado. A corretora ressalta que, independentemente de correr riscos, a aversão ao 13º andar gera uma situação repetitiva e curiosa em seu trabalho. Com humor, ela destaca que é necessário manter a leveza diante da resistência dos clientes, que associam o andar ao Partido dos Trabalhadores e a sua representatividade política.
O cenário político em Goiás
A resistência ao 13º andar não é um fenômeno isolado. Uma pesquisa do Instituto Quaest revela que Goiás é o segundo estado brasileiro com o maior percentual de eleitores que se identificam como de “direita”, atingindo 26% do eleitorado, apenas atrás do Paraná, que conta com 28%. Esse contexto político pode influenciar diretamente a percepção do público em relação a imóveis e a aversão a certos números, como o 13. Além disso, dados indicam que 18% dos eleitores goianos se declaram bolsonaristas, o que, por sua vez, sugere um radicalismo que permeia diversas áreas, incluindo o mercado imobiliário.
O impacto no mercado imobiliário
O segmento dos imóveis de luxo é influenciado diretamente por essas crenças e posturas políticas. Empresários do agronegócio, que frequentemente são clientes relevantes para corretores de imóveis na região, tendem a cultivar uma afinidade com a política conservadora. Dessa forma, a corretora Ludmila Balduino, que se especializa em atender essa clientela, precisa lidar com essa realidade de forma estratégica, buscando alternativas para apresentar as propriedades na expectativa de contornar a aversão ao 13º andar.
Superando desafios no setor imobiliário
Apesar dos desafios, Ludmila se mostra otimista e disposta a adaptar suas abordagens. “Ao invés de focar no número, procuro ressaltar as qualidades do imóvel, como a localização, a vista e as características que tornam o apartamento único”, conta a corretora. Essa estratégia parece ser frutífera, e muitas vezes, após uma apresentação envolvente do imóvel, a resistência inicial desaparece.
Considerações finais
A experiência de Ludmila Balduino ilustra como fatores culturais e políticos podem impactar o comportamento do consumidor em um mercado tão dinâmico quanto o imobiliário. A resistência a imóveis no 13º andar é um pequeno exemplo de como as crenças podem permeiam o cotidiano da sociedade brasileira. Para os corretores, isso representa um desafio e uma oportunidade de inovar e se adaptar a um público que busca não apenas uma casa, mas sim um lar que também atenda suas expectativas e crenças pessoais.
Esse relato de Ludmila é uma janela para as complexidades da realidade goiana, onde o número do andar pode se tornar um símbolo poderoso em meio a um cenário de polarização política. Assim, a busca por um novo lar continua, com nuances que vão além das paredes do imóvel.


