Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Inteligência artificial: influenciadores digitais conquistam o público

Aitana Lopez, uma influenciadora digital com personalidade artificial, ganha destaque e polêmica nas redes sociais.

No mundo atual, onde a tecnologia avança em um ritmo acelerado, até mesmo a indústria do entretenimento e influência foi impactada. Aitana Lopez, uma influenciadora digital com uma história de vida elaborada e uma personalidade programada, tem atraído a atenção com sua presença nas redes sociais e seus contratos com grandes empresas. Embora pareça uma jovem comum, Aitana é, na verdade, uma criação de inteligência artificial (IA). Com uma média de ganhos mensais de até 11 mil dólares, ela está se posicionando como uma figura influente em um cenário cada vez mais dominado por avanços tecnológicos.

A nova era dos influenciadores digitais

Aitana não está sozinha. Juntamente com outros avatares digitais, como o cantor Solomon Ray e a “bombshell” Mia Zelu, ela está mudando o conceito de influência nas mídias sociais. Sua criadora, a agência The Clueless, destaca as vantagens de se trabalhar com IA em campanhas publicitárias. “Com humanos, há limitações de tempo e espaço; com IA, podemos fazer alterações com facilidade”, afirma Andrea Garcia, diretora criativa da agência. Essa flexibilidade permite que Aitana nunca tenha um dia ruim de cabelo, esteja sempre disponível e evite escândalos que costumam afetar influenciadores humanos.

O que há por trás de Aitana Lopez

Com uma narrativa rica que inclui interesses pessoais e detalhes de sua “infância”, Aitana foi “nascida” através de um programa de software desenvolvido pela The Clueless. Sua história inclui hobbies, como a paixão por pizza e seu amor pela música clássica, adicionando camadas à sua persona digital. “A gente investiu tempo e capital em Aitana para torná-la o mais real possível”, comenta Garcia. Assim, mesmo sendo um produto da tecnologia, ela se apresenta como uma amiga para seus seguidores.

IA na indústria musical

A música também não está imune a essa revolução. O artista gospel gerado por IA, Solomon Ray, e o cantor country Breaking Rust, estão conquistando as paradas musicais mesmo sem a humanidade que normalmente caracteriza estas estrelas. A ascensão desses músicos digitais levanta questões éticas e provoca reações adversas entre artistas humanos. Em um momento onde a autenticidade é altamente valorizada, muitos se preocupam com a recepção e o futuro da música diante de artistas artificiais.

As críticas sobre a falta de emoção e o desafio à humanidade nas artes são recorrentes. O cantor Breland expressou preocupação sobre essa nova realidade se tornar um “sinal ruim para o futuro da música”. Apesar disso, os fãs parecem dispostos a consumir a criatividade digital que os influenciadores de IA oferecem.

Desafios e controvérsias

Embora a indústria esteja explorando o potencial das personalidades digitais, obstáculos também apareceram. Influenciadores de IA como Lil Miquela enfrentaram reações negativas ao criar narrativas que imitavam a experiência humana. Sua revelação de que ela “ficou doente” foi interpretada como uma tentativa questionável de humanizá-la. O uso de diagnósticos fictícios levanta preocupações éticas sobre o que é autêntico e o que é mera estratégia de marketing.

Em resposta a essa controvérsia, a NMDP (National Marrow Donor Program), que se associou a Lil Miquela para promover doações de medula, argumenta que a inclusão de uma personagem fictícia em um assunto sério ajuda a alcançar um público mais jovem. “Ao introduzir um diagnóstico preciso em feed de sociais, alcançamos uma geração que pode não priorizar a doação”, disse Jensen, da NMDP.

O futuro da influência digital

Enquanto a tecnologia continua a se desenvolver, a linha entre o real e o artificial fica cada vez mais tênue. Projeções indicam que cada vez mais agências e estúdios de Hollywood irão adotar influenciadores digitais em suas campanhas, mudando a face da publicidade e da arte. Tilly Norwood, outra criação de IA, gerou discussões acaloradas quando sua presença foi anunciada, refletindo a necessidade crescente de se regulamentar ou se adaptar a essa nova realidade.

Aitana representa uma nova geração de influenciadores que não apenas vendem produtos, mas também criam vínculos, mesmo que artificiais, com seus seguidores. A forma como a sociedade lidará com essa nova onda de influenciadores digitais ainda está em debate, mas uma coisa é certa: a tecnologia continua a moldar nosso entendimento e nossas interações no mundo moderno.

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