O ex-jogador do Botafogo, Gregore, compartilhou um emocionante relato sobre sua experiência na final da Libertadores de 2024, onde, apesar de ser expulso logo no início do jogo, testemunhou a coroação do seu time. O confronto contra o Atlético-MG marcava um momento histórico para o clube e o atleta não ficou de fora das emoções que cercaram aquele dia.
A expectativa antes da final
Na semana do jogo contra o São Paulo, pelas quartas de final, já se comentava sobre a possibilidade do campeão da Libertadores sair desse confronto. “Fizemos dois jogos muito intensos”, relembra Gregore. No primeiro jogo, a equipe alvinegra venceu por 1 a 0 e, mesmo após sofrer o empate, conseguiu avançar para os pênaltis. “Quando a gente passa, a nossa confiança pelo título sobe muito,” contou. A jornada do Botafogo pelo torneio foi repleta de desafios, mas cada vitória aumentava a confiança da equipe, cada jogo era visto como uma decisão.
Preparação para o grande dia
A véspera da final foi marcada por sentimentos de concentração e reflexão. Durante o reconhecimento do gramado, Gregore aproveitou para fazer suas orações e lembrar de tudo que havia vivido na carreira até ali. “Imaginava o dia seguinte, com o estádio lotado, e mentalizei desarmes e movimentos”, revelou.
Na manhã da final, mesmo com todos os preparativos e rituais de aquecimento, Gregore entrou em campo focado em ajudar seus companheiros. No entanto, o que ele não imaginava era que sua participação na partida seria interrompida de forma tão abrupta. “A expulsão acontece muito rapidamente”, explicou sobre o momento do incidente que mudaria o rumo do jogo.
A expulsão e suas consequências
Com apenas 29 segundos de jogo, Gregore foi expulso após uma jogada em que escorregou e acabou atingindo um adversário. “Quando vi que acertei, fiquei muito preocupado. O árbitro estava perto e deu só cartão amarelo, mas, ao ver o sangue na cabeça do Fausto, sabia que a cor do cartão iria mudar”, refletiu sobre a gravidade do momento. Para ele, ser expulso em uma partida tão importante foi um dos dias mais difíceis da sua vida, mas também um momento de grande aprendizado.
Após a expulsão, Gregore foi direcionado à sala de doping e passou o tempo lamentando sua ausência em campo. Ele assistiu ao jogo pela televisão e, enquanto seus companheiros jogavam, começou a orar e torcer por eles. “Foram os 75 minutos mais longos e tensos da minha vida, porque não tinha o que fazer”, confessou o ex-athlete. No fim das contas, o Botafogo venceu, mas o impacto emocional da expulsão e da situação vivenciada foi profundo.
A vitória e a celebração
Quando finalmente liberado da sala de doping, Gregore pôde se juntar aos seus companheiros para comemorar a conquista do título da Libertadores. “[…] a alegria foi indescritível. Aquele título coroou o trabalho,” disse. Apesar da provocações dos companheiros sobre sua expulsão, ele não deixou de celebrar e extravasar toda a emoção acumulada. “A noite do dia 30 foi uma loucura na festa na Argentina,” recordou ele, também mencionando o desfile em um trio elétrico no Rio de Janeiro, onde viu a cidade tomada por torcedores alvinegros.
Para Gregore, cada desafio, inclusive o erro que culminou na expulsão, se tornou um aprendizado. Hoje, ele está focado em sua nova carreira no Al-Rayyan, mas a lembrança do triunfo e a superação na final da Libertadores de 2024 sempre estarão com ele, assim como a história que agora conta com toda sinceridade e emoção.
*Ex-jogador do Botafogo expulso no começo da final da Libertadores de 2024 e atualmente no Al-Rayyan-CAT, em depoimento ao repórter Breno Angrisani.


