A proposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de transferir a sede do governo do Palácio dos Bandeirantes para o Centro da capital paulista enfrenta novos desafios. O leilão destinado à realização do projeto, que estava programado para esta semana, foi adiado para 2026.
Motivos do adiamento e novas expectativas
O leilão, que previa a escolha da empresa responsável pela construção do novo centro administrativo, estava agendado para o dia 28 de novembro. No entanto, a Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI) decidiu suspender o certame após receber questionamentos de potenciais investidores sobre aspectos do projeto. A nova data do leilão ainda não foi definida, mas a expectativa é que ocorra no ano que vem.
Os questionamentos giraram em torno do plano econômico-financeiro do projeto e riscos associados, além de impactos de outras obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na região central de São Paulo. Esses pedidos por maior prazo para a entrega de documentação comprobatória da capacidade técnica trazem a possibilidade de uma alteração no edital, que pode exigir um intervalo mínimo de 45 dias para a nova publicação.
Um projeto prioritário para Tarcísio de Freitas
Para Tarcísio de Freitas, o adiamento é visto como uma oportunidade de garantir maior segurança ao projeto e atrair empresas interessadas, ao invés de forçar uma realização apressada. A ideia é assegurar um processo “redondo” para evitar problemas futuros.
A mudança da sede do governo é uma das promessas de campanha de Tarcísio e serve como uma vitrine eleitoral. Com investimentos estimados em R$ 6 bilhões, o novo centro administrativo pretende abrigar cerca de 22 mil servidores em um complexo que será entregue somente em 2030. O projeto contempla a recuperação de pelo menos 17 prédios tombados e a realização de reformas que visam modernizar o espaço urbano.
Aspectos do novo centro administrativo
A implantação do novo centro inclui a construção de habitações sociais, a criação de espaços comerciais e a revitalização em torno dos prédios administrativos. O planejamento organiza um perímetro que abrange a Avenida Rio Branco e seus arredores, como ruas Guaianazes e Helvetia, onde será promovido o alargamento das calçadas e melhorias em acessibilidade e drenagem.
As propostas arquitetônicas foram definidas em um concurso realizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), onde o arquiteto Pablo Chakur, do escritório Ópera Quatro, será o responsável pelo projeto. O terminal de ônibus Princesa Isabel será substituído por um novo terminal que irá conectar com a Estação da Luz, o que representa um gasto adicional de cerca de R$ 37 milhões apenas para o equipamento de transporte público.
Repercussão e impactos sociais
A mudança não afetará totalmente o Palácio dos Bandeirantes, que continuará a ser a residência oficial do governador. Algumas secretarias, como a da Casa Civil e Comunicação, permanecerão em sua localização atual, enquanto as demais devem se unificar em um único espaço no Centro, economizando recursos com aluguel e manutenção.
As desapropriações necessárias para a implementação do projeto já estão em andamento, com aproximadamente 600 famílias mapeadas na área de influência do novo centro administrativo. Apesar dos desafios, a iniciativa visa atender às necessidades habitacionais e promover a ocupação do espaço urbano de forma mais eficiente.
Assim, mesmo com o adiamento do leilão, o governo de São Paulo segue firme em sua intenção de transformar a gestão pública e revitalizar uma das áreas mais importantes da cidade, contribuindo tanto para o desenvolvimento econômico quanto social da capital.



