A unidade da Humana Saúde localizada na Avenida Frei Serafim, em Teresina, foi interditada por cinco dias pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI). A ação foi motivada pelo descumprimento de medidas judiciais relacionadas ao diagnóstico de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa decisão gerou uma série de questionamentos entre os usuários sobre o funcionamento da unidade e os agendamentos de consultas, exames e outros procedimentos essenciais.
Impacto da interdição na rotina dos usuários
Com a interdição, muitos usuários se mostraram preocupados quanto à continuidade dos atendimentos. A Humana Saúde, em nota, informou que os canais alternativos de atendimento permaneceriam funcionando normalmente durante o período de interdição. Entretanto, a situação gerou apreensão, especialmente entre as famílias de crianças com TEA.
“Pediram para a gente usar o aplicativo deles, mas esse aplicativo não funciona. Então ficamos na mesma”, relatou uma usuária que preferiu não se identificar, referindo-se a problemas de atendimento presencial e a dificuldades em obter retorno do plano de saúde pelo aplicativo disponibilizado. Essa preocupação não é isolada, já que diversas mães e usuários têm manifestado insatisfação quanto à qualidade do atendimento oferecido pela unidade.
Reclamações sobre a falta de atendimento
De acordo com Arimateia Arêa Leão, chefe de fiscalização do Procon, há atualmente 129 pessoas com TEA aguardando agendamento de consultas na unidade, sem qualquer retorno por parte da operadora. “O Procon recebe diariamente um grande número de reclamações de pessoas que têm prescrição médica para cumprir seu atendimento na integralidade, e isso não acontece”, afirmou Arimateia. Essa situação levanta questões sérias sobre a responsabilidade das instituições de saúde em atender adequadamente seus pacientes.
Nota oficial da Humana Saúde
Em resposta às críticas e à interdição, a Humana Saúde divulgou uma nota esclarecendo que está colaborando com o Procon, prestando todas as informações necessárias com total transparência e agilidade. De acordo com a operadora, até o momento, todas as demandas encaminhadas pelo órgão foram respondidas integralmente.
A operadora reafirma que os atendimentos realizados seguem rigorosamente as normas vigentes e contam sempre com o acompanhamento de profissionais qualificados. A Humana Saúde também comunicou aos beneficiários que as operações e os atendimentos na unidade continuam ocorrendo normalmente, assegurando a continuidade dos tratamentos, assim como a disponibilidade de todos os canais de atendimento.
A empresa reiterou seu compromisso com as famílias, com a qualidade assistencial e com o cumprimento da legislação, permanecendo à disposição das autoridades e da sociedade para quaisquer esclarecimentos. “A qualidade do nosso serviço é uma prioridade e estamos dedicados a garantir um atendimento que atenda às expectativas e necessidades dos nossos beneficiários”, afirmou um representante da Humana Saúde.
A repercussão nas redes sociais
A interdição e os problemas de atendimento na unidade da Humana Saúde têm gerado discussões nas redes sociais. Muitas mães têm compartilhado suas experiências, clamando por soluções imediatas e melhorias no atendimento. “É inaceitável que nossos filhos, que precisam de cuidados especiais, estejam enfrentando tanta dificuldade para conseguir consultas” desabafou uma mãe em um grupo de apoio para famílias de crianças com TEA.
A ação do Procon destaca a importância da fiscalização e do monitoramento na prestação de serviços de saúde, especialmente em casos relacionados a condições que exigem atenção especial. Para muitos, essa intervenção é uma forma de garantir que os direitos dos usuários sejam respeitados e que eles recebam o atendimento adequado.
Em suma, a interdição da unidade da Humana Saúde em Teresina é um alerta sobre a necessidade de prestação de serviços de saúde diligentes e efetivos, especialmente para aqueles que se encontram em situações mais vulneráveis. A responsabilidade compartilhada entre as operadoras de saúde e as instituições reguladoras é fundamental para assegurar que os direitos dos consumidores sejam sempre respeitados.
