No contexto da sua primeira viagem apostólica, o Papa Leão XIV enviou um telegrama aos participantes de um importante fórum italiano, que discute a intersecção entre direitos, ética e inovação, especialmente no que diz respeito à liberdade religiosa e à Inteligência Artificial (IA). Neste comunicado, o Pontífice reforçou a ideia de que “a vida pessoal vale muito mais do que um algoritmo”, enfatizando a necessidade de um olhar atento para os valores fundamentais da liberdade e do respeito mútuo.
Chegada à Turquia e mensagem ao Fórum
Durante sua visita à Turquia de 27 de novembro a 2 de dezembro, Leão XIV chegou a Ancara nesta quinta-feira (27) e enviou um telegrama ao ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani. Na mensagem, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, o Papa cumprimentou os participantes do III Fórum sobre liberdade religiosa, realizado no Palácio Chigi, sede do governo italiano.
O tema deste fórum se constitui em uma reflexão necessária, já que a Inteligência Artificial está cada vez mais presente nas discussões sociais e políticas contemporâneas. O Papa Leão XIV expressou a esperança de que o evento promova “um compromisso das instituições para garantir uma efetiva liberdade religiosa e um encontro respeitoso entre as diferentes comunidades religiosas”.
A importância de um diálogo inter-religioso
Referindo-se a um discurso realizado no Jubileu dos Governantes, em junho deste ano, onde líderes de 68 países estavam presentes, o Papa destacou a urgência de políticas que promovam o respeito à liberdade religiosa e o diálogo inter-religioso. Naquela ocasião, enfatizou a importância de proteger os mais vulneráveis e marginalizados, especialmente à luz dos desafios impostos pela IA.
A presença do Papa nesse debate é mais necessária do que nunca. A sociedade atual enfrenta a pressão de novas tecnologias que podem afetar a identidade e a dignidade humana. No seu telegrama, Leão XIV destacou o papel da IA como uma possível “ajuda válida para a sociedade”, desde que sua aplicação não comprometa os direitos fundamentais das pessoas.
Reflexões sobre a vida pessoal e algoritmos
O Papa voltou a insistir que a vida pessoal tem um peso incomensurável quando comparada a um algoritmo. Ele advertiu que a política não deve ignorar os alarmes que emergem com as inovações tecnológicas, mas deve, ao contrário, responder às ansiedades legítimas dos cidadãos. Muitos enfrentam os desafios dessa nova era digital com esperança, mas também com temor em relação à perda de controle sobre suas vidas e autonomia.
Leão XIV convidou todos os presentes no fórum a uma “renovada atenção” aos valores da liberdade e do respeito mútuo, que devem servir como faróis na navegação pelas complexidades proporcionadas pelas novas tecnologias. Nesse sentido, o Papa promove uma visão de uma convivência harmônica, onde a tecnologia pode ser um aliado, e não um obstáculo, na relação com a fé e a liberdade religiosa.
Conclusão: Um chamado à ação
O telegrama do Papa Leão XIV não é apenas uma mensagem de boas-vindas ao fórum italiano, mas um chamado à ação para todos aqueles que se preocupam com a proteção dos direitos humanos, especialmente em tempos de rápidas mudanças tecnológicas. Ao abordar a Inteligência Artificial, o Pontífice convida líderes e cidadãos a considerarem o impacto humano das inovações e a trabalharem juntos para construir uma sociedade onde a liberdade religiosa e a dignidade humana sejam priorizadas.
Como as inovações tecnológicas continuarão a moldar o diálogo inter-religioso e a liberdade religiosa, o tempo para a reflexão e a ação é agora. O convite do Papa durante este fórum ecoa profundamente nos desafios que enfrentamos, pedindo a colaboração de todos para um futuro onde as tecnologias sirvam ao bem comum e respeitem as singularidades da experiência humana.
