Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Inflação mantém trajetória dentro da meta brasileira em 2025

A prévia do IPCA-15, indicador de inflação do Brasil para novembro, registrou alta de 0,20%, confirmado pelo IBGE, após subir 0,18% em outubro. Com isso, o acumulado em 12 meses ficou em 4,50%, o que indica, pela primeira vez desde janeiro, que o índice está dentro do teto da meta oficial de 4,5% para o ano, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Perspectivas de inflação e impacto na política monetária

Apesar de novembro ter apresentado uma variação acima do esperado, economistas acreditam que o Brasil deve fechar o ano com a inflação dentro do limite superior da meta, que é de 4,5%. André Galhardo, economista-chefe da Warren Investimentos, estima que o IPCA cheio de novembro seja de 0,17%, o que reduziria a inflação acumulada em 12 meses para 4,45%. Se confirmado, será a primeira vez desde setembro de 2024 que o índice anual fecha dentro do intervalo da meta.

Essa evolução é vista com esperança pelo Banco Central, cuja presidente, na avaliação de Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren, pode dispensar a necessidade de explicar o descumprimento da meta, ao menos para o mês de novembro. A probabilidade de redução da taxa básica de juros, a Selic, em janeiro, também aumenta, apoiada por expectativas de queda da inflação e por dados de atividade mais favoráveis.

Dados recentes e expectativas para 2026

Para dezembro, a expectativa é de que a inflação seja impulsionada por fatores sazonais, como o aumento de preços das passagens aéreas e de itens de alimentação, especialmente carnes, que tendem a elevar o índice com o período das festas de fim de ano. Andréa Angelo projeta uma alta de 0,91% nos preços de alimentos no domicílio, enquanto o impacto na inflação total deve ser de 0,31% para o mês, mantendo o índice abaixo da média histórica de dezembro nos últimos dez anos.

Mesmo com pressões pontuais, as projeções indicam que a inflação de 2025 deverá fechar em torno de 4,2%, considerando a desaceleração dos alimentos e efeito sazonal de preços mais baixos nas passagens aéreas devido à Black Friday. Segundo André Valério, economista sênior do Inter, a inflação para o ano deve alcançar 4,5%, no limite da meta, enquanto alguns especialistas afirmam que há espaço para o IPCA fechar abaixo do limite superior, possibilitando uma eventually política de redução de juros a partir de janeiro.

Fatores que influenciaram a inflação em novembro

O IPCA-15 de novembro foi impulsionado pelo aumento de 11,87% nas passagens aéreas, além de uma alta leve de 0,09% nos alimentos no campo, revertendo cinco meses de deflação. Entre os alimentos, destaque para variações divergentes: leite longa vida (-3,29%), arroz (-3,10%) e frutas (-1,60%) tiveram baixas, enquanto batata inglesa (+11,47%), óleo de soja (+4,29%) e carnes (+0,68%) contribuíram para o aumento geral dos preços.

Outros grupos também pressionaram o índice de inflação, como despesas pessoais (0,85%), influenciadas por alta na hospedagem e pacotes turísticos, além de saúde, cuidados pessoais e transporte, com destaque para reajustes em planos de saúde e aumento de passagens aéreas. Por outro lado, os preços dos combustíveis tiveram queda de 0,46%, puxada pela redução do etanol, diesel e gasolina, favorecendo o controle da inflação, enquanto o gás veicular teve alta de 0,20%.

Expectativas para os próximos meses e cenários futuros

Para 2026, especialistas como Andréa Angelo e André Valério preveem maior pressão de alimentos e possíveis impactos do câmbio, com projeções de inflação próximas a 4% ou ligeiramente acima. Andréa acredita que os preços dos alimentos podem reagir a fatores climáticos e a uma retomada parcial da depreciação do real, além de estímulos à atividade econômica e alterações na política fiscal, como mudanças no Imposto de Renda e novas condições de crédito.

Apesar disso, a expectativa é de que a inflação siga em trajetória de desaceleração ao longo de 2026, especialmente se os preços de alimentos se mantiverem sob controle e o câmbio permanecer relativamente estável. A credibilidade do Banco Central, apontam os economistas, é fundamental nesse processo para garantir que a política monetária seja eficaz na convergência da inflação à meta.

Influências e impacto dos fatores sazonais e derivados

Dados apontam que o aumento de preços de passagens aéreas e alimentos, além do impacto das promoções de Black Friday, influenciaram o comportamento recente do índice. Contudo, a combinação de fatores como redução na gasolina, tarifas de energia e o comportamento benigno de outros bens de consumo reforçam a expectativa de desaceleração gradual da inflação.

Com o cenário de inflação próxima ao limite da meta, o Banco Central pode adiar cortes mais incisivos na taxa de juros até a confirmação de uma convergência mais sólida do IPCA ao centro da meta, o que deve ocorrer ao longo de 2026. A análise do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e suas projeções continuam a ser componentes chave na tomada de decisão de política econômica no país.

Fonte: O Globo

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