O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respondeu às críticas que recebeu por ter pautado e derrubado vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Projeto de Lei (PL) do Licenciamento Ambiental, em uma sessão realizada na última quinta-feira (27/11). Essa ação ocorreu em um contexto de tensão crescente nas relações entre o Legislativo e o governo Lula, com Alcolumbre se referindo à análise de vetos como “uma necessidade institucional”.
Tensão entre Legislativo e Executivo
O clima de tensão não é à toa; especialistas apontam que a legislação aprovada pelo Congresso pode fragilizar o controle da proteção ambiental. O governo, em resposta a essa situação, solicitou a Alcolumbre o adiamento da discussão dos vetos, argumentando que isso deveria acontecer em função da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) que ocorrerá em 2025. Apesar disso, Alcolumbre decidiu convocar a sessão ainda assim, evidenciando um conflito com o governo, especialmente após a escolha de Lula em indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal, uma decisão que contrariou as expectativas de Alcolumbre, que havia apoiado o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A importância da votação
Durante a sessão, Alcolumbre enfatizou a relevância da votação, afirmando: “A votação desse veto não é um gesto político isolado; é uma necessidade institucional. Ela permitirá uma análise segura da Medida Provisória nº 1308, que trata do licenciamento ambiental especial e cuja vigência se encerra no dia 5 de dezembro”. Essa declaração reforça a urgência do assunto e a necessidade de um posicionamento claro por parte do Congresso em um tema tão delicado quanto o licenciamento ambiental.
Decisões tomadas pelo Congresso
Como parte de um acordo, alguns vetos foram sobrestados, ou seja, não foram deliberados e foram mantidos. Essa decisão se refere aos trechos ligados à Licença Ambiental Especial (LAE), que ainda está sob análise em uma medida provisória enviada pelo governo Lula como forma de compensar o veto, numa tentativa clara de Alcolumbre de alinhar seu apoio a essa proposta. O relator da MP, o deputado Zé Vitor (PL-MG), deverá apresentar seu parecer em breve, visando a votação já na próxima semana. Essa movimentação evidencia a articulação política em andamento, com os parlamentares buscando garantir uma solução viável para o licenciamento ambiental, sem enfraquecer os controles necessários para a proteção do meio ambiente.
Impacto das decisões no cenário político
Em um levantamento mais amplo, os parlamentares acabaram por derrubar mais de 30 vetos relacionados ao Licenciamento Ambiental. Além disso, ainda restam outros 28 trechos a serem decididos por destaque. O Congresso também derrubou trechos vetados do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Essas decisões são emblemáticas e podem ter consequências significativas tanto para a relação entre os poderes quanto para o meio ambiente, pois refletem não apenas a postura do Legislativo em face das demandas governamentais, mas também as prioridades político-ambientais do Brasil.
A relação entre o Congresso e o Executivo continuará a ser monitorada de perto, principalmente à medida que novas discussões e votações surgirem. O cenário atual aponta para um espaço de negociações que pode ser determinante para o futuro da política ambiental no país.
Em meio a todas essas movimentações, a sociedade civil e especialistas estarão atentos às repercussões das decisões e suas implicações para a legislação ambiental, um tema que se torna cada vez mais crucial diante das mudanças climáticas e dos desafios de sustentabilidade enfrentados atualmente.
Para mais informações, consulte a [fonte](https://www.metropoles.com/brasil/alcolumbre-rebate-criticas-por-pautar-vetos-em-meio-a-tensao-com-lula).


