Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), que representa a prévia da inflação oficial do Brasil, serão divulgados nesta quarta-feira (25/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após uma queda de 0,09% em outubro, as expectativas apontam para uma recuperação, com estimativas de alta superior a 0,10% em novembro.
Expectativas para o IPCA-15 de novembro
No mês passado, o índice registrou recuo, influenciado principalmente pela redução nos preços da energia elétrica residencial, que saiu de bandeira vermelha patamar nível 2 para nível 1, com desconto na cobrança adicional. Para novembro, os analistas do mercado financeiro preveem uma retomada da inflação, com projeções de alta de até 0,13%, segundo a Warren Investimentos, levando a inflação acumulada em 12 meses a 4,43%. Já o banco Daycoval estima uma alta maior, de 0,19%, impulsionada por alimentos, passagens aéreas e refeições fora do domicílio.
Impacto da energia elétrica e expectativas de inflação
De acordo com o IBGE, a energia elétrica foi a principal influência negativa no índice do mês, com uma redução de 0,10 ponto percentual, destacando-se a queda de 2,39% na energia residencial. A expectativa do mercado é de que, em 2025, a inflação fique dentro da meta estabelecida, que é de 3% ao ano, com banda de tolerância de 1,5%. A expectativa geral é de desaceleração, com o índice convergindo para a meta no próximo ano.
“A redução na energia elétrica deve contribuir para uma inflação mais controlada em novembro, mesmo com a expectativa de alta”, afirmou Silvia Martins, economista da consultoria financeira. “Além disso, eventos como a Black Friday podem afetar temporariamente os preços, especialmente em eletrônicos.”
Perspectivas futuras e ações do Banco Central
O mercado financeiro tem ajustado suas expectativas com base nas projeções de inflação. Segundo o relatório Focus, publicado na última segunda-feira (24/11), os especialistas reduziram novamente a previsão de inflação para 4,45% ao ano em 2024, confirmando a tendência de desaceleração. Em evento nesta terça-feira (24/11), o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton Dávila, declarou que a autoridade deverá reduzir os juros em breve, considerando o cenário de desaceleração econômica e a expectativa de inflação mais ancorada. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano.
Segundo ele, “A questão é o quando essa redução ocorrerá, pois o cenário interno apresenta sinais de desaceleração e as expectativas de inflação estão mais alinhadas com a meta”.
Sobre o IPCA e sua relevância
- O IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE e é considerado o principal indicador da inflação oficial do país, sendo utilizado pelo Banco Central para definir a política de juros.
- Ele mede a variação mensal dos preços de uma cesta de bens e serviços, abrangendo categorias como transporte, alimentação, habitação, saúde, educação, comunicação e vestuário.
- O índice cobre regiões urbanas, representando 90% da população brasileira.
