O Ibovespa marcou ontem seu 10º recorde consecutivo, refletindo a forte entrada de investimentos estrangeiros no Brasil, que já superaram US$ 80 bilhões em 2025, segundo dados do Banco Central. A alta na Bolsa de Valores de São Paulo é acompanhada por fatores internacionais, como a redução de juros nos Estados Unidos, que impulsiona aplicações em mercados emergentes como o brasileiro.
Investimentos estrangeiros e desempenho da Bolsa
De acordo com o Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos no Brasil atingiram US$ 74,3 bilhões até outubro de 2025, ultrapassando o volume total de 2024 (US$ 74,1 bilhões). Somente em outubro, o fluxo de recursos totalizou R$ 10,9 bilhões, um aumento de 64% em relação ao mesmo mês do ano passado. O acumulado dos últimos 12 meses chegou a US$ 80,1 bilhões, o que coloca o Brasil entre poucos países que superaram a marca de US$ 80 bilhões em um único ano desde 1995 — ocorrendo em 2010, 2011, 2012 e 2014.
Fatores internacionais impulsionam o mercado brasileiro
O cenário favorável na Bolsa de São Paulo é sustentado pela mudança na política monetária dos Estados Unidos. Em 29 de outubro, o Federal Reserve reduziu a taxa de juros pela segunda vez em 2025, para o intervalo de 3,75% a 4%, o menor desde novembro de 2022. Segundo a analista Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, essa decisão incentivou estrangeiros a direcionar recursos ao Brasil e a outros mercados emergentes, atraídos pelos juros reais ainda elevados.
“Com isso, os investidores voltaram a olhar para os mercados emergentes, especialmente para o Brasil, que ainda paga juros reais muito altos”, explica Ariane. Juros menores nos EUA tornam os títulos do Tesouro americano menos atrativos, levando a uma maior busca por aplicações mais rentáveis no Brasil, especialmente em ações e outros ativos de risco.
Contexto econômico local e perspectivas de juros
Apesar do bom momento, a taxa básica de juros brasileira permanece elevada em 15%, o maior nível em quase duas décadas. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter os juros inalterados na última quarta-feira (5). Segundo Gustavo Jesus, sócio da Victrix Capital, a expectativa de corte na taxa de juros brasileira em 2026 deve estimular a migração de investidores da renda fixa para a renda variável, dando continuidade à tendência positiva na Bolsa.
Impactos e próximos passos
O forte fluxo de investimentos e o recorde do Ibovespa reforçam o otimismo com o cenário econômico brasileiro e sua estratégia de atrair capital estrangeiro. A combinação de juros em declínio nos Estados Unidos e expectativas de redução na Selic brasileira aponta para uma fase de maior fluxo de capitais e maior volume de negociações na bolsa nos próximos meses.
Para mais detalhes sobre o crescimento dos investimentos estrangeiros e a performance da Bolsa, acesse a notícia completa no G1.


