Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Enfermeira e influenciadora denuncia importunação sexual em Salvador

A Polícia Civil da Bahia investiga denúncia de assédio feito por um personal trainer contra enfermeira em Salvador.

A cidade de Salvador é palco de uma denúncia alarmante que destaca a necessidade de atenção aos casos de assédio sexual no Brasil. A enfermeira e influenciadora digital Maria Emília Barbosa relatou ter sido vítima de importunação sexual por parte de um personal trainer, um caso que já está sob investigação pela Polícia Civil da Bahia. O registro ocorreu através de um vídeo nas redes sociais, onde Maria Emília compartilhou sua experiência em um momento significativo, justo no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado em 25 de novembro.

Relato de importunação e a primeira avaliação

De acordo com Maria Emília, o encontro com o personal trainer aconteceu em janeiro, após a indicação de uma amiga. O contrato para serviços de treinamento foi estabelecido por meio de mensagens, envolvendo uma colaboração para divulgação nas redes sociais. O primeiro atendimento ocorreu em 31 de janeiro e já começou de forma desconfortável. O profissional exigiu que a avaliação física fosse realizada de biquíni, alegando que essa seria a única maneira adequada para o procedimento.

Durante a consulta, a enfermeira relatou que foi submetida a poses constrangedoras e procedimentos que a deixaram extremamente desconfortável. Ela descreveu uma situação em que o profissional fez uma liberação miofascial, envolvendo aproximações excessivas de suas partes íntimas. “Eu estava extremamente desconfortável, mas pensei que fizesse parte do exame. Ele chegava muito perto, sem tocar, e eu permaneci paralisada, tentando agir naturalmente”, compartilhou Maria Emília.

Comportamento invasivo e decisão de denunciar

Nos trinta dias que se seguiram, Maria Emília continuou seguindo o plano de treinos, mas na segunda avaliação, que aconteceu em março, ela decidiu não usar o biquíni e optou por uma roupa de academia. No entanto, o personal trainer insistiu, afirmando que não era possível proceder sem o traje adequado. O comportamento dele tornava-se cada vez mais invasivo, culminando em toques de conotação sexual. Maria Emília relatou que, em determinado momento, ele supostamente lateralizou a peça íntima e fez movimentos de conotação sexual.

“Eu dei um tapa na mão dele e pedi para parar. Foi quando ele pegou minha mão e colocou em seu órgão genital, dizendo: ‘Veja só como eu fico com você’”, descreveu. Com isso, ela deixou o local imediatamente e, após conversar com amigas e buscar apoio, percebeu que não estava sozinha: outras mulheres também relataram experiências semelhantes com o mesmo profissional. Movida pela coragem, decidiu registrar um boletim de ocorrência em março deste ano.

Apoio e suporte às vítimas

Em virtude da sua experiência, Maria Emília incentivou outras vítimas de violência, seja física, psicológica ou digital, a se manifestarem e a denunciarem os agressores. Ela também divulgou o contato de seu advogado como forma de apoio a possíveis vítimas que desejem se pronunciar.

A Polícia Civil, por sua vez, confirmou a investigação sobre o caso e afirmou que a 16ª Delegacia Territorial da Pituba está conduzindo oitivas e outras diligências, incluindo a análise de câmeras de segurança, para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. A denúncia foi protocolada como importunação sexual, um crime que envolve ações que constrangem a vítima e violam sua dignidade.

A posição do Conselho Regional de Educação Física

O Conselho Regional de Educação Física da 13ª Região da Bahia (CREF13/BA) também se manifestou sobre o caso. Em nota, a entidade repudiasse qualquer forma de violência e assédio, reafirmando seu compromisso com a proteção da sociedade e o respeito à dignidade humana. O CREF13/BA informou que já instaurou procedimentos administrativos para investigar as ações do profissional e que a Câmara de Julgamento Ético-Disciplinar analisará o caso com a seriedade que a situação requer.

“Ressaltamos que a conduta relatada não representa os mais de 22 mil profissionais de Educação Física registrados na Bahia, que atuam com responsabilidade e ética”, enfatizou o conselho, destacando que práticas abusivas não podem ser toleradas no ambiente profissional.

Conclusão

O relato de Maria Emília levanta um alerta sobre a importância de se denunciar situações de assédio e importunação sexual, além de reforçar a necessidade de um ambiente seguro e respeitoso para mulheres em diversas esferas profissionais. As investigações continuam, e é fundamental que as vítimas se sintam encorajadas a falar e buscar justiça, fortalecendo a luta contra a violência de gênero no Brasil.

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