Brasil, 25 de novembro de 2025
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PF prende ex-ministros de Bolsonaro em caso golpista

Militares de alta patente, incluindo Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, são condenados e começam a cumprir pena.

Em uma ação que prende a atenção do país, a Polícia Federal (PF) deu início ao cumprimento da pena de dois ex-ministros do governo Jair Bolsonaro, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Ambos estão envolvidos em um inquérito referente a uma trama golpista e devem cumprir suas penas nas instalações do Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, a partir desta terça-feira, dia 25.

Contexto da prisão de Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira

A decisão de levar os generais ao CMP, um espaço militar tradicionalmente utilizado para custodiar militares investigados ou condenados, obedece às regras do Código Penal Militar. Até as 15h, segundo informações da TV Globo, estavam confirmadas as transferências de Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e de Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército.

O CMP localiza-se no Setor Militar Urbano, no centro de Brasília, e é apontado como um local apropriado para a detenção de militares da ativa ou da reserva condenados por crime militar. No entanto, o advogado Berlinque Cantelmo explica que a legislação não é tão simples. Quando um militar é condenado por crimes comuns, a prática padrão é o envio a uma penitenciária comum. Entretanto, existem exceções que podem determinar a permanência em instalações militares.

Por que o Comando Militar do Planalto foi escolhido?

O Estatuto dos Militares determina que condenações por crime militar devem ser cumpridas em instalações militares, mas há nuances a serem consideradas. “Quando há risco à integridade física ou potencial instabilidade institucional, o destino do condenado pode ser alterado”, acrescenta Cantelmo. Assim, mesmo que a condenação de Heleno e Nogueira refira-se a crimes não considerados militares, a finalização da transferência a uma unidade militar pode ser justificada por questões de segurança.

O ex-ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, também general, está detido desde 14 de dezembro de 2024 e segue em regime militar em Rio de Janeiro, demonstrando que a prática de custódia em instalações militares não é incomum em casos de altos escalões da força armada.

Consequências da condenação e possíveis transferências

Com as penas finalmente cumpridas, o próximo passo envolve a análise do Superior Tribunal Militar (STM) sobre a possível perda de patente dos militares. De acordo com a Constituição, oficiais condenados a penas superiores a dois anos podem ser expulsos das Forças Armadas. Caso isso ocorra, os ex-ministros podem ser transferidos para o sistema prisional comum, perdendo os privilégios da custódia militar.

As condenações individuais são severas: Augusto Heleno recebeu uma pena de 21 anos, enquanto Paulo Sérgio Nogueira foi sentenciado a 19 anos de prisão. Enquanto isso, eles permanecerão em áreas reservadas no CMP, seguindo rigorosas normas de custódia para aqueles que estão sob pena.

Histório recente de uso do CMP

O Comando Militar do Planalto já foi utilizado em operações envolvendo militares suspeitos de envolvimento em tramas contra o Estado, sendo um ponto central na estratégia de contenção das denúncias de tentativa de golpe que agitaram a política brasileira em 2022. Em dezembro do ano passado, outros oficiais, como o general de brigada Mário Fernandes, foram transferidos para o CMP após prisão em operações semelhantes.

Essas movimentações no CMP não apenas refletem a gravidade das questões políticas atuais, mas também destacam a complexidade da lei militar no Brasil. A situação de Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira pode ser um indicativo de que a justiça está se direcionando para uma resposta mais rigorosa e clara no enfrentamento de qualquer intento golpista no país.

À medida que o Brasil observa o desenrolar desse caso, as implicações para a política e para os militares ainda estão por vir, com um potencial impacto forte tanto na imagem das Forças Armadas quanto na administração pública.

Além disso, as condenações e o desdobramento da situação atual acentuam um debate mais amplo sobre o papel das Forças Armadas na política brasileira, levando a uma reconsideração de seus limites e responsabilidades.

Para mais informações sobre as últimas notícias da região, não deixe de acompanhar o g1 DF.

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