As mudanças nas políticas tarifárias promovidas pelo governo de Donald Trump têm causado turbulências para pequenas empresas ao redor do mundo, afetando estratégias, preços e logística. Empresas de diferentes países, incluindo o Brasil, a Suécia, o México e o Canadá, estão ajustando seus planos de negócios diante da incerteza gerada.
Impactos nas estratégias e vendas das pequenas empresas
Empresas de setores variados têm relatado queda nas vendas ou a necessidade de reestruturar seus planos de expansão nos EUA. A empresa sueca de roupas Asket, por exemplo, viu suas vendas caírem cerca de 20% devido às mudanças nas tarifas e às limitações na entrada de produtos.
Segundo August Bard Bringeus, CEO da Asket, a comunicação com clientes americanos foi crucial. A empresa enviou mensagem alertando sobre o término da isenção de minimis, o que levou a um aumento expressivo nas compras em poucos dias — mais do que o dobro em 10 dias. Contudo, a empresa já projeta possíveis aumentos de preço para cobrir as perdas futuras.
Complicações no comércio brasileiro e mexicano
Produtores brasileiros de café, como Ana Cecília Velloso, e mexicanos, como Victor Feliu do Chocolate Feliu, também foram impactados pelas tarifas. Com tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, muitas exportadoras optaram por interromper temporariamente os envios aos EUA, aguardando estabilidade para retomar suas operações.
Myriam Belzile-Maguire, de Montreal, manteve os preços de seus calçados estáveis por um tempo, mas já prepara aumentos próximos, de US$ 10 a US$ 30, diante das tarifas que passaram a pesar nas margens da empresa.
Cada vez mais difícil manter a relação com o mercado americano
Para muitos empresários, o caos criado pelas mudanças tarifárias tem tornado o planejamento de futuro uma tarefa incerta. A empresa mexicana de chocolates, Feliu, suspendeu suas exportações devido às complexidades de rotulagem, documentação e registros, além das dificuldades de adaptação às regras em constante mudança.
Daiki Tanaka, produtor japonês de matcha, criou uma subsidiária nos EUA para importação e distribuição de seu chá, absorvendo parte das tarifas para não perder o maior mercado consumidor. Ainda assim, a situação exige cautela, já que a conexão comercial ficou mais complexa e custos aumentaram significativamente.
Consequências e perspectivas para o comércio internacional
As tarifas e as incertezas políticas têm levado empresas a repensar suas estratégias e a adiar investimentos. Empresas de diferentes continentes enfrentam desafios de comunicação, aumento de custos e dificuldades logísticas, refletindo uma desaceleração no comércio internacional que pode se prolongar.
Segundo análises, a expectativa de que as tarifas não sofram novas alterações neste ano mantém as empresas cautelosas, priorizando a estabilidade e o controle de custos. Entretanto, especialistas alertam para o risco de retração econômica e para o impacto no comércio global, com muitas empresas buscando alternativas como mudança de mercado ou novos canais de distribuição.
Assim, o cenário aponta para um período de adaptação, onde a incerteza continuará a influenciar as decisões de pequenos negócios internacionais diante das políticas comerciais dos EUA.
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