Nas redes sociais, circularam acusaçãoções de que o Papa Leo XIV “organizou uma rave” na Catedral de St. Elisabeth, em Košice, Eslováquia. No entanto, após investigação, verifica-se que a realidade foi bastante diferente: o Papa não compareceu nem participou de uma festa com DJs. Entenda o que realmente aconteceu.
Qual foi o evento?
Na noite de 8 de novembro, a Arquidiocese de Košice organizou uma celebração ao ar livre intitulada Jubileu dos Jovens, comemorando também o 75º aniversário do arcebispo Bernard Bober. A cerimônia contou com uma missa presidida pelo próprio Bober, também presidente da Conferência Episcopal da Eslováquia, e com a presença do nuncio apostólico, arcebispo Nicola Girasoli. A ocasião incluiu uma festa com música eletrônica como parte do encontro.
Quem estava presente?
O destaque da programação foi o padre Guilherme Peixoto, português de 51 anos, que atua também como DJ de música eletrônica. Ele liderou a apresentação mesclando ritmos eletrônicos com mensagens de fé. Peixoto já participou do Dia Mundial da Juventude em Lisboa, em 2023, e defende que “a música eletrônica é uma forma privilegiada de construir um mundo melhor”.
Além do padre DJ, autoridades católicas locais participaram do evento.

O Papa participou ou foi anfitrião da rave?
Contrariando manchetes sensacionalistas, o Papa Leo XIV não compareceu nem organizou uma rave. Ele apareceu em um vídeo pré-gravado exibido em telas de LED, saudando os jovens e transmitindo sua bênção apostólica: “Queridos jovens, com alegria, vos cumprimento, enquanto se reúnem diante da magnífica catedral de Košice, símbolo de fé e esperança. Vindo de diferentes nações e unidos pela mesma fé, a vossa presença é um sinal tangível de fraternidade e paz, que nos é dada por Cristo.”
O que realmente aconteceu?
Durante o evento, o DJ Peixoto realizou um set de música techno incorporando fragmentos da mensagem do Papa, incluindo a faixa não lançada “Dear Young People”, na qual frases do Papa foram musicadas. As luzes de laser iluminaram a catedral, enquanto o público — predominantemente jovem — dançava em celebração. A cobertura da imprensa destacou que a iniciativa buscava conectar fé e cultura juvenil ao promover inclusão, tolerância e respeito na dança.
A mensagem do Papa também foi integrada ao espetáculo, com o “amém” final sendo parte da performance musical. Apesar de o Vaticano ter apoiado a celebração, o evento foi organizado por líderes locais e pelo padre DJ, que atuaram como anfitriões. O Vaticano endossou a iniciativa, mas não teve participação direta na organização ou na execução do show.
Concluímos: As alegações de que “o Papa organizou ou participou de uma rave” exageram a realidade. O Papa enviou uma mensagem de bênção gravada, a evento contou com música eletrônica e iluminação, mas quem organizou, performou e conduziu a festa foi o padre Guilherme Peixoto e a diocese local. Sua presença e mensagem foram os pontos centrais da celebração, não uma rave com a participação direta do Papa.


