Brasil, 25 de novembro de 2025
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Padre exilado denuncia repressão e resistência na Nicarágua

Nils de Jesús Hernández, conhecido como o “padre vandalico”, fala sobre a perseguição à Igreja e a esperança de libertação no país

Nils de Jesús Hernández, 56 anos, que vive nos Estados Unidos há 36 anos, conversou com a CNA sobre a situação atual na Nicarágua, marcada por forte repressão à Igreja Católica e aos opositores ao regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo. Exilado desde 1988, o padre atua em Iowa, onde continua denunciando as injustiças do governo nicaraguense.

O sacrifício de deixar a Nicarágua e a luta pela liberdade

Hernández, conhecido como o “padre vandalico” pelos seus papéis nas manifestações de 2018, revelou à CNA a dor de ter deixado seu país natal. “Sai de Nicarágua com 19 anos, quando me colocaram na lista de ameaça do governo. Deixar minha família, minha cultura, tudo que era familiar foi a coisa mais difícil que já vivi”, afirmou.

Inspirado pela força de sua mãe, que também participou dos protestos estudantis, o padre destacou o combate contra o regime sandinista. “Na década de 1980, lutei contra promessas que se transformaram em ditadura repressora. Hoje, continuo lutando, aqui nos EUA, com manifestações contra leis que prejudicam imigrantes e denunciando a criminalidade do governo Ortega-Murillo”, explicou Hernández.

A perseguição à Igreja na Nicarágua e a esperança de vitória

Segundo o padre, a repressão ao clero tem se intensificado, com confisco de bens e fechamento de igrejas. “A intenção da ditadura é eliminar a Igreja Católica, mas a fé permanece forte no coração dos nicaraguenses. Onde há um cristão, há esperança”, afirmou Hernández. “Acredito que Deus vai vencer, porque Ele triunfou na cruz, e essa repressão não vai durar para sempre”, acrescentou.

Ele também afirmou estar confiante de que um dia retornará ao seu país. “A nossa luta é por um Nicaragua livre, e essa ditadura, que já foi velha e fraca, não durará eternamente”, assegurou.

Silêncio e resistência: o papel da Igreja na Nicarágua e a situação na Venezuela

Hernández observou que o silêncio da Igreja na Nicarágua reflete a repressão do regime, mas isso não representa contentamento popular. “Quando a violência começar, o povo nicaraguense irá se manifestar. Aqui nos EUA, há vozes como a do bispo Silvio Báez, que denuncia a situação e ecoa a esperança de libertação”, destacou.

Ele associou a possível queda de Nicolás Maduro na Venezuela à derrubada de Ortega, ressaltando que “a repressão na Nicarágua é uma preparação para o que pode vir a acontecer”.

Diálogo papal e reconhecimento internacional

Hernández comentou as reuniões do Papa Leo XIV com bispos exilados, incluindo Silvio Báez. “Essas visitas do pontífice representam um forte sinal de apoio à Igreja perseguida. O Papa mostra que a mãe Igreja está com seu povo”, destacou.

Ele revelou ainda que foi ele quem indicou Báez para o Prêmio Pacem in Terris de 2025, em reconhecimento ao papel do bispo na luta pela paz e liberdade. “Nosso objetivo é reunir a oposição e fortalecer a resistência contra o regime”, afirmou.

Por fim, Hernández reafirmou seu orgulho de ser considerado o “padre vandalico”: “Continuarei denunciando a ditadura, porque Deus irá fazer justiça. Eles podem escapar da justiça humana, mas não da divina”, concluiu.

Esta reportagem foi originalmente publicada pela ACI Prensa, parceira de notícias em espanhol da CNA, e adaptada para o português.

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