Um novo plano de paz entre os Estados Unidos e a Ucrânia, elaborado após intensas negociações em Genebra, apresenta 19 pontos significativos que visam desligar-se do anterior acordo de 28 pontos. A presidência ucraniana confirmou que algumas propostas foram eliminadas e outras modificadas, colocando as duas partes em uma trajetória de renegociação. Entretanto, a reação da Rússia foi hostil, descrevendo as mudanças como pouco construtivas.
O contexto atual da guerra na Ucrânia
A guerra na Ucrânia continua a devastar o país, com recentes ataques russos causando a morte de seis pessoas em Kiev, além de feridos e danos substanciais à infraestrutura civil. O prefeito Vitaliy Klitschko informou sobre cortes de energia e água em diversas áreas, enquanto os ucranianos retaliaram com ataques na região de Rostov. O cenário em que a nova proposta de paz é apresentada é marcado por um clima de incerteza e conflito.
A nova proposta de paz: detalhes e reações
O primeiro vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia revelou que o novo acordo foi resultado de uma reunião descrita como “intensa, mas produtiva”. Apesar do otimismo manifestado, as mais controvertidas questões, sobretudo aquelas envolvendo a territorialidade, foram adiadas, exigindo que líderes como Donald Trump e Volodymyr Zelensky tomem decisões finais. Os ucranianos destacam que não possuem o mandato para decidir sobre a transferência de territórios, um ponto que gera contestações por parte da Rússia, que considera as emendas recentes desproporcionais.
Expectativas para a visita de Zelensky aos EUA
Com o prazo original de 27 de novembro estendido por Trump, a expectativa é de que Zelensky realize uma visita aos Estados Unidos em novembro, visando consolidar a nova proposta de paz. Isso demonstra um esforço da parte ucraniana para buscar apoio contínuo do Ocidente. A situação é acompanhada de perto pelo Kremlin, que até o momento se recusa a fazer comentários sobre o andamento das negociações ou sobre as recentíssimas reuniões entre oficiais americanos e russos.
Repercussões nas relações internacionais
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, endossou o novo texto proposto, destacando a importância da reunião em Genebra como um “progresso significativo”. Essa validação à nova proposta é um sinal de que a União Europeia está disposta a colaborar nas discussões de resolução do conflito, reconhecendo que ainda existem várias questões em aberto.
Questões críticas nas negociações
O especialista em geopolítica Antonio Villafranca comentou sobre três questões cruciais nas negociações: a segurança ucraniana, a definição das fronteiras territoriais e o uso de ativos russos congelados para a reconstrução da Ucrânia. Essas preocupações surgem a partir da necessidade de garantir a proteção do território ucraniano de novas agressões russas e a complexidade em decidir quais áreas ocupadas devem ser devolvidas.
Adesão da Ucrânia à OTAN
Villafranca também abordou a discussão sobre a possibilidade de adesão da Ucrânia à OTAN, uma questão na qual a Rússia não demonstra atenção favorável. Contudo, há uma crescente intenção entre a Europa e os Estados Unidos de proteger a Ucrânia, como evidenciado pela inclusão do artigo 5º da OTAN no novo plano, que chama a uma intervenção coletiva na ocorrência de novas hostilidades.
Próximos passos nas negociações
Os próximos passos incluem a formulação de um plano que seja amplamente aceito por Washington, Kiev e a União Europeia, que será posteriormente apresentado à Rússia. Contudo, já se antecipa que Moscou poderá tentar retornar à proposta original de 28 pontos, que, estrategicamente, era mais favorável às suas posições.
Assim, as negociações continuam em um cenário de tensões enquanto ambos os lados esperam que o diálogo conduza a um desfecho pacífico e justo, um passo vital para a recuperação da Ucrânia e a estabilização da região.

