Na mais recente decisão monocrática do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes ordenou a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de reclusão por envolvimento em uma trama golpista. O parlamentar está foragido nos Estados Unidos, para onde se deslocou sem informar a ninguém, nem mesmo aos seus aliados mais próximos.
Ordem de prisão e extradição
Na decisão expedida nesta terça-feira, Moraes destacou a condição de foragido do deputado, determinando a expedição de um mandado de prisão e sua inserção no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP). O ministro também requisitou que a Polícia Federal (PF) inicie os procedimentos necessários para a extradição de Ramagem dos Estados Unidos de volta ao Brasil.
“Considerando que o réu (Ramagem) encontra-se foragido e fora do território nacional, determino a expedição do mandado de prisão”, declarou Moraes. Este despacho visa garantir que a Justiça seja cumprida, especialmente diante da gravidade das acusações que pesam sobre Ramagem.
A situação do deputado em Miami
Na semana passada, Ramagem foi flagrado em fotos em um condomínio em Miami, revelando que já estava fora do Brasil, descumprindo uma ordem judicial de não deixar o país. Fontes afirmam que ele está fora do Brasil há pelo menos um mês e que não avisou nem mesmo seus aliados mais próximos sobre sua viagem. A defesa de Ramagem não apresentou novos embargos de declaração ao STF e não fez qualquer pronunciamento público sobre sua situação.
Histórico penal e condenação
O deputado Alexandre Ramagem foi condenado por sua posição durante o governo Bolsonaro, onde atuou como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele é um dos oito réus do núcleo central da trama golpista que provocou instabilidades no país. Na mesma decisão judicial, Moraes também decretou o trânsito em julgado, o que indica o fim do processo, e a consequente iniciação do cumprimento das penas de outros envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários ex-ministros do governo.
O fato de Ramagem estar foragido levanta preocupações sobre a integridade do processo judicial e a aplicação das leis brasileiras. Ele precisa ser responsabilizado por suas ações, e a extradição é um passo fundamental nesse sentido.
Justificativa de Ramagem e reações
Em uma entrevista conduzida por um blogueiro simpatizante do governo Bolsonaro, Ramagem afirmou que se sente seguro nos Estados Unidos, mantendo que sua saída do Brasil foi feita com a “anuência do governo americano”. Ele alegou que deixou o país para proteger suas filhas da possibilidade de vê-lo ser preso.
Além disso, colegas de partido relataram que Ramagem fez uma série de videochamadas entre domingo e segunda-feira. Durante essas chamadas, ele pediu desculpas por não ter informado a respeito de seu paradeiro, criando a falsa impressão de que estava em Brasília e participando das articulações políticas à distância.
Próximos passos e medidas da Polícia Federal
A Polícia Federal agora tem a responsabilidade de tomar as providências necessárias para efetivar a extradição do deputado Ramagem. A apuração sobre como ele deixou o Brasil ainda é um tópico crucial, especialmente considerando as restrições impostas pela Justiça. A investigação assemelha-se a um crime de fuga da Justiça, que é tratado com seriedade pelas autoridades.
O desdobramento desse caso não apenas impacta a carreira de Ramagem, mas também levanta questões sobre a responsabilidade de autoridades públicas e a integridade do sistema político brasileiro. O que está em jogo é a confiança do público nas instituições e a necessidade de garantir que todos, independentemente de sua posição, estejam sujeitos às leis do país.
Enquanto isso, a sociedade brasileira observa atentamente os desdobramentos, à medida que os eventos se desenrolam. A resposta das autoridades poderá estabelecer precedentes importantes sobre como casos semelhantes serão tratados no futuro.



