O que parecia impossível na temporada 2025 da Fórmula 1, aconteceu. Max Verstappen tirou uma diferença de mais de 100 pontos para o ex-líder Oscar Piastri. Para se tornar pentacampeão de F1, ainda falta descontar 24 pontos para Lando Norris, que agora é o líder do mundial e o piloto a ser batido. Para isso, Verstappen pode se inspirar no “sogrão” Nelson Piquet, que em 1983 garantiu em duas corridas — sem sprint — uma diferença equivalente a 22 pontos para conquistar o bicampeonato.
Traçamos alguns possíveis cenários para completar essa virada épica, que começa por chegar com chances na última corrida.
Chegar “vivo” à Arábia Saudita
Para ter chances de decidir o campeonato, apenas uma resposta parece óbvia: Verstappen precisa chegar com chances na última corrida da temporada, o GP de Abu Dhabi.
Fazendo as contas de maneira grosseira, o holandês precisa chegar à frente de Norris. Porém, o piloto da Red Bull deve marcar o mesmo número de pontos no fim de semana. Isso é possível porque o GP do Catar também conta com a corrida de sprint.
Na luta com Oscar Piastri, Verstappen só precisa chegar à frente na corrida de sprint, ponto final. No pior cenário, o pentacampeonato dependeria de um abandono das duas McLaren na última prova.
Três vitórias e Norris fora do pódio
Para tirar a diferença de 24 pontos para Lando Norris, Verstappen tem algumas alternativas complicadas, mas não impossíveis. As contas mais favoráveis passam sempre por três vitórias — em duas corridas e um sprint — anotando os 58 pontos em disputa.
Nesse cenário, se o atual líder do campeonato ficar fora do pódio das duas corridas principais e ficar atrás do rival no sprint — ou os dois não terminarem a prova curta —, entrega o título para a Red Bull. Sendo mais preciso, um terceiro e um quarto lugar de Norris já serviriam para Verstappen, que levaria o título pelo maior número de vitórias.
Duas vitórias de Max e um abandono
Considerando que Verstappen possa vencer as últimas duas corridas longas, um abandono de Norris em uma delas seria o suficiente, nas contas do tetracampeão, desde que a Red Bull fique no máximo uma posição atrás da McLaren na corrida de sprint. Essa pode ser a melhor alternativa para Verstappen caso as coisas não comecem bem no sprint.
Uma vitória de Max e um abandono
Um acidente ou problema técnico com o inglês já no GP do Catar, combinado com uma vitória de Verstappen na corrida e uma pontuação melhor do que as duas McLaren no sprint, já colocaria o azarão na liderança do campeonato. Então, bastaria que o holandês chegasse à frente das duas McLaren no GP de Abu Dhabi, sem depender de qual posição.
Piquet x Prost, 1983
No campeonato mundial de 1983, Nelson Piquet — pai de Kelly Piquet, esposa do piloto da Red Bull —, viveu uma situação parecida com a de Max Verstappen nesta temporada.
Convertendo para o sistema de pontuação atual, Piquet teria tirado uma diferença de 41 pontos nas últimas três etapas. Foram também 22 pontos a mais nas duas últimas corridas. É quase tudo que Verstappen precisa, se contar que o novo representante da família Piquet ainda terá a corrida de sprint para descontar mais alguns pontos.
O ídolo chegou a três etapas do fim com 14 pontos atrás de Alain Prost, quando as vitórias valiam apenas 9 pontos. Com uma vitória de Piquet e um abandono do nosso eterno rival, o brasileiro diminuiu a diferença para 5 pontos. Uma vitória e um terceiro lugar nas duas etapas finais, combinadas com uma segunda posição e outro abandono do francês, garantiram o segundo título mundial para Nelson Piquet.
Para Max Verstappen, a história pode se repetir, mas, para isso, ele terá que superar os gigantes desafios que a reta final da temporada 2025 apresenta. O foco agora é chegar à última corrida do campeonato com chances reais de conquistar o título, em uma virada que entraria para a história da Fórmula 1.


