Brasil, 25 de novembro de 2025
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Impacto das redes sociais na prisão de Jair Bolsonaro

A prisão de Jair Bolsonaro gerou forte mobilização nas redes, mas vídeo da tornozeleira atrapalhou a narrativa dos apoiadores.

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro continua a ser um dos assuntos mais debatidos nas redes sociais, revelando a profunda polarização política no Brasil. Um recente estudo do Instituto Democracia em Xeque indica que a tentativa de vitimização do ex-presidente sofreu um golpe duro devido à divulgação de um vídeo que mostra a queima de sua tornozeleira eletrônica. A narrativa digital dos seus apoiadores, que buscava mostrar Bolsonaro como uma vítima de um sistema opressor, encontrou resistência na dificuldade de justificar tal ato.

A narrativa em disputa nas redes sociais

O levantamento do Instituto Democracia em Xeque mostra que a divulgação do vídeo da tornozeleira alterou significativamente a dinamização das discussões. “Os apoiadores moderados do ex-presidente silenciaram nas redes, enquanto os mais fiéis tiveram dificuldades para unificar narrativas”, aponta o relatório. Isso marca um ponto de inflexão, onde a narrativa em favor de Bolsonaro passou a ser desafiada, especialmente pelas postagens do grupo que se opõe a ele.

Reações nas redes sociais

As imagens da tornozeleira manipulada rapidamente se tornaram um tema de destaque nas redes, especialmente entre os opositores. As publicações do campo da esquerda utilizaram o conteúdo para criticar e ironizar a situação de Bolsonaro e sua família, criando uma onda de postagens que continha 85 hashtags relacionadas ao tema. Dentre elas, se destacaram as utilizadas pela direita, como #BolsonaroPresoPolitico e #FreeBolsonaro, mas a esquerda também mobilizou hashtags como #BolsonaroPreso e #BolsonaroNaCadeia, o que demonstra a fragmentação do discurso nas redes.

Engajamento e repercussão da prisão de Bolsonaro

A recente mobilização digital em torno da prisão de Bolsonaro atingiu recordes. O debate público sobre a detenção do ex-presidente aumentou em 36 vezes após sua transferência para a Superintendência da Polícia Federal. Esse aumento de atenção reflete um interesse já latente nas discussões sobre as consequências de suas ações, especialmente considerando seu histórico de promoção de discursos que buscam desestabilizar a ordem democrática.

O estudo da Ativaweb DataLab confirma que essa situação se tornou um dos maiores eventos de mobilização digital da história recente do país. As menções ao ex-presidente nas plataformas variaram, com 41,9% sendo contrárias à prisão, 35,8% favoráveis e 22,3% neutras. Essa polarização acentuada reflete uma sociedade dividida, onde cada lado busca conquistar a narrativa dominante.

O papel das plataformas digitais

O debate sobre a prisão de Bolsonaro se desenvolveu de maneira desigual nas plataformas digitais. Embora o Facebook, Instagram e TikTok apresentem um equilíbrio no engajamento entre os lados, o YouTube revelou uma presença significativamente maior de conteúdos favoráveis a Bolsonaro. Isso destaca como diferentes plataformas podem favorecer narrativas distintas. Essa hegemonia no YouTube não se traduziu, no entanto, em um suporte sólido para o ex-presidente, deixando claro que a polarização se mantém, mas não necessariamente amplifica a base de apoio a ele.

Desafios e futuro da narrativa bolsonarista

A persistência da polarização nas discussões digitais não significa que o apoio a Bolsonaro seja inabalável. Dados mostram que, apesar das 47,3 milhões de interações nas postagens de seus apoiadores, as críticas e o anti-bolsonarismo emergem como potentes forças, rebatendo a ideia de um apoio unificado. O pesquisador Pedro Bruzzi, por exemplo, enfatiza que “a capacidade de gerar picos de atenção não se traduz em um apoio sólido ou ampliado”.

Enquanto isso, a análise da consultoria Palver sugere que a direita ainda domina os grupos públicos em plataformas de mensagens como WhatsApp e Telegram, onde 63% das opiniões expressas foram contrárias à prisão preventiva de Bolsonaro. Essa diferença sinaliza a dificuldade que a oposição enfrenta ao tentar mobilizar a população, mostrando que as redes sociais se tornaram um verdadeiro campo de batalha para narrativas políticas.

A interação entre as correntes pro e contra Bolsonaro nas redes sociais não apenas revela a complexidade do atual cenário político brasileiro, mas também evidencia a necessidade de um diálogo mais profundo e menos polarizado entre os cidadãos. A prisão de Bolsonaro, longe de ser apenas um caso isolado, representa a luta contínua pela narrativa no vasto e tumultuado mar das redes sociais.

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