O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou nesta terça-feira (25) que a autoridade monetária mantém sua autonomia para definir a política de juros, mesmo diante de críticas do governo à elevada taxa Selic, atualmente em 15% ao ano. Galípolo afirmou que o BC age conforme a legislação, buscando alcançar a meta de inflação de 3,0%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Autonomia e o comando legal
Galípolo afirmou que o BC trabalha com base na legislação e que seu objetivo é perseguir a meta de inflação de 3,0%, independentemente do cenário internacional ou de comparações com outros países. “O BC, especialmente esse, que tem um apreço insuperável pelas instituições republicanas e democráticas, entende que seu poder e autonomia é para seguir comando legais, daqueles que receberam voto”, disse o presidente durante evento nesta manhã.
Segundo ele, a taxa de juros serve como principal instrumento para atingir a meta de inflação e que essa estratégia não entra em conflito com o fato de o Brasil manter uma das maiores taxas de juros do mundo entre os emergentes. “Não fomos incumbidos de colocar a taxa de juros na mediana dos países emergentes, mas sim de cumprir a meta de inflação”, destacou Galípolo.
Meta de inflação e limites de tolerância
A meta de 3,0% tem uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o que significa que a inflação pode variar entre 1,5% e 4,5%. Ele destacou que, até o momento, o país não conseguiu cumprir esse objetivo integralmente, tendo registrado, em 11 meses deste ano, inflação acima da meta, mas sempre dentro do limite superior da banda.
“No regime de meta contínua, a inflação deve estar sempre dentro da meta. Em 11 meses, não conseguimos cumprir a meta, mas também não ultrapassamos o limite superior”, explicou Galípolo. Segundo ele, a banda de variação foi criada para amortecer oscilações econômicas, mas o comando legal permanece inalterado.
Perspectiva sobre a inflação e o crescimento econômico
O presidente do BC alertou que as projeções do mercado e de instituições como a pesquisa Firmus indicam que a inflação — atualmente em ritmo de redução — continuará descendo lentamente durante todo o seu mandato. “A inflação está gradativamente se reduzindo, lentamente, mais do que gostaríamos, mas ao mesmo tempo diminui o risco de uma rápida deterioração da atividade econômica”, afirmou.
Ele também destacou que a persistência das altas taxas de juros é uma consequência do compromisso legal do BC de manter a inflação sob controle e que essa postura é fundamental para garantir a estabilidade macroeconômica.
Desafios futuros
Segundo Galípolo, as projeções indicam que, durante o período de sua gestão, o Brasil continuará enfrentando dificuldades para cumprir rigorosamente a meta de inflação, devido às condições internas e externas. Ainda assim, ele reforçou que a autoridade monetária seguirá seu papel conforme previsto na legislação, buscando equilibrar crescimento e controle inflacionário.
Para mais detalhes, veja a reportagem completa em O Globo.


