O cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Kevin Murakami, afirmou nesta terça-feira que a relação bilateral com o Brasil, apesar das tensões recentes, voltou a caminhar “em uma direção positiva”. Ele lembrou que, há dois meses, o vínculo entre os dois países estava “em um ponto crítico”, mas que o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia, no mês passado, trouxe avanços importantes, incluindo negociações para o fim das tarifas tarifárias comerciais.
Progresso nas negociações tarifárias entre Brasil e EUA
Murakami destacou os avanços nas negociações tarifárias, citando que o vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, já sinalizou uma tendência de ampliar as exclusões de produtos brasileiros. “Ainda temos muitas diferenças bilaterais a resolver, mas é encorajador que nossos presidentes se reuniram e as negociações estão em andamento”, afirmou durante um evento que reuniu representantes do governo e do setor empresarial de ambos os países. Segundo ele, o número crescente de empresas brasileiras investindo nos EUA também impulsiona essa relação de cooperação.
Investimentos e oportunidades de negócios
O diplomata convidou empresas brasileiras a fortalecerem seus investimentos nos Estados Unidos, ressaltando a infraestrutura, energia confiável, força de trabalho qualificada e incentivos oferecidos pelos Estados americanos. Murakami também destacou uma próxima missão de representantes de dez cidades e estados norte-americanos em São Paulo, marcada para o dia 27 de janeiro, com o objetivo de apresentar oportunidades de investimento às empresas brasileiras.
Contexto econômico e desafios atuais
Apesar do otimismo, Murakami alertou que ainda há obstáculos, como o cenário mais difícil para negociar o fim de sanções, especialmente após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A relação comercial entre os países é robusta: em 2024, o comércio bilateral de bens e serviços ultrapassou US$ 127 bilhões, e mais de 3 mil empresas americanas investiram cerca de US$ 226 bilhões no Brasil, o que representa a maior parte dos investimentos estrangeiros no país.
Impacto das políticas e mudanças recentes
Recentemente, o governo de Donald Trump assinou uma ordem executiva que eliminou a sobretaxa de 40% sobre produtos agrícolas brasileiros, como carne, café, frutas e petróleo, a partir de 13 de novembro. O Brasil busca ampliar essa medida para bens industriais, buscando melhorar o cenário de comércio bilateral.
Perspectivas para o futuro da relação
Murakami afirmou estar otimista com o potencial da parceria entre os países, reforçando que os mais de 200 anos de vínculos e os valores compartilhados formam uma base sólida. Ele concluiu que, apesar dos desafios, a relação Brasil-EUA vive uma fase de renovação e oportunidades de crescimento mútuo, sobretudo em momentos de transformação global.
Leia mais sobre o tema em esta matéria do Globo.


