A Guiné-Bissau saiu das eleições gerais realizadas no último domingo, 23 de novembro, com um panorama que será remarcado pela elevada abstenção e pelo número preocupante de votos nulos e em branco, especialmente nas eleições legislativas. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou que os resultados provisórios devem ser divulgados até quinta-feira, 27 de novembro, seguindo o calendário eleitoral estabelecido.
Resultados das eleições e abstenção
A Comissão Nacional de Eleições garantiu que não foram reportadas irregularidades significativas durante o processo eleitoral, pedindo à população que desconsiderasse informações paralelas e mantivesse a calma enquanto a contagem dos votos prossegue. Com 966.152 eleitores inscritos, a CNE estima que a taxa de participação possa atingir mais de 65%, apesar da baixa afluência nos primeiros momentos da votação.
No entanto, as eleições legislativas, que ocorreram sem a participação das principais forças políticas do país, apresentaram uma mobilização muito fraca e um elevado número de votos invalidados. É importante destacar que o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e a candidatura de Fernando Dias orientaram seus apoiadores a se abstiverem ou a votarem nulo, alegando que o pleito não tinha validade.
Perspectivas políticas e candidatos
No cenário político, ressalta-se a postura de Fernando Dias da Costa, candidato apoiado pelo PAIGC e pela coligação PAI-Terra Ranka. Durante a campanha, Dias se comprometeu a restaurar o parlamento dissolvido em 2023 e a devolver a governança ao PAIGC, defendendo um retorno à “normalidade constitucional” caso seja eleito presidente.
A coligação PAI-Terra Ranka, que havia vencido as eleições legislativas de 2023, foi destituída do poder apenas três meses após a vitória, devido à dissolução contestada do parlamento pelo presidente Umaro Sissoco Embaló. A recente retirada de Siga Batista em favor de Fernando Dias trouxe um renovado impulso político à sua candidatura.
Expectativas para o futuro do país
Enquanto as operações de votação se desenrolavam, muitos cidadãos expressaram preocupações sobre a legitimidade do processo eleitoral. Com a CNE afirmando que a votação foi conduzida com profissionalismo, a população permanece ansiosa pelos resultados que poderão determinar o futuro político da Guiné-Bissau.
Enquanto isso, a expectativa cresce em torno das consequências políticas dessas eleições e da formação do novo governo. O papel do PAIGC e de suas estratégias, além do desempenho dos candidatos, poderá moldar uma nova era na política da Guiné-Bissau.
Agora, o país aguarda pacientemente pelos resultados oficiais, que deverão ser cruciais não apenas para escolher o próximo Presidente da República, mas também para definir a composição da 12.ª legislatura e os rumos políticos da nação.


