O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) divulgou um vídeo critico em suas redes sociais, afirmando que continuará a exercer sua função parlamentar a partir dos Estados Unidos. Em meio a um clima de tensão, Ramagem se declarou em situação “regular” no país e desafiou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a solicitar sua extradição, afirmando que qualquer pedido terá que ser analisado pelo governo americano.
Contexto da situação
Na semana passada, o ministro Moraes determinou a prisão preventiva do deputado após receber informações sobre sua saída apressada do Brasil. No vídeo, Ramagem, que se posiciona como um defensor de sua permanência nos Estados Unidos, questionou a legalidade da decisão, destacando que não se considera um “foragido”. “Eu não vim para cá para me esconder, mas para trabalhar pelo Brasil como eu puder”, declarou.
Questionado sobre seu status nos EUA, Ramagem foi enfático: “Estou respaldado na Constituição, nas leis e no regimento interno da Câmara”. Essa declaração levanta discussões sobre a legalidade e a eficiência do trabalho remoto de parlamentares fora do país, especialmente em um contexto de crise política.
Repercussão na política brasileira
A saída de Ramagem do Brasil e sua negativa de submeter-se à ordem de prisão provocaram uma série de reações entre seus pares. A mulher do deputado, Rebeca Ramagem, também participou do cenário, ao compartilhar nas redes sociais sua chegada aos Estados Unidos com as filhas, onde se reuniu com o esposo. Ela, no entanto, permanece vinculada ao cargo de procuradora do Estado de Roraima e está de férias até o próximo dia 28.
Além das polêmicas envolvendo a saída do deputado, as tensões internas no PL e entre outras siglas têm aumentado. Recentemente, um grupo de WhatsApp do PT gerou polêmicas devido a ataques e desavenças internas após a saída de Ramagem. Seu caso também é comparado ao do colega Eduardo Bolsonaro (PL), que deixou o Brasil e enfrenta desafios semelhantes relacionados à sua licença para atuar durante o tempo fora do país.
A situação legal de Ramagem e as possíveis consequências
O deputado Ramagem deixou o Brasil em setembro, e sua saída coincidiu com uma série de desdobramentos judiciais, incluindo a análise de ações penais envolvendo atos relacionados a tentativas de golpe. Ele apresentou justificativas como um atestado médico para ausentar-se das atividades legislativas, que poderão ser analisadas pela Câmara para determinar a continuidade de seu mandato.
Em sua postagem, Ramagem alegou que, se o ministro Moraes optar por solicitar sua extradição, esse pedido implicaria enviar “uma ação do golpe, nula do começo ao fim e cheia de ilegalidades” para a análise dos Estados Unidos. Essa declaração, além de desafiar a autoridade do STF, evidencia a drástica separação entre o poder legislativo brasileiro e a percepção que se tem da justiça no país.
Implicações para o futuro político
As manobras políticas em torno de sua posição na Câmara e a tentativa de ocupar a liderança da minoria, apesar de sua ausência, foram barradas pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. Essa rejeição é um indicativo de que o exercício do mandato é visto como uma função que deve, prioritariamente, ocorrer presencialmente.
Com mais de 700 palavras, a situação de Alexandre Ramagem é um reflexo das complexidades da política contemporânea no Brasil, onde a resposta a decisões judiciais se interlaça com a ação política e os direitos individuais, deixando um panorama nebuloso sobre as fronteiras do dever e dos direitos dos parlamentares em busca de proteção e legitimidade em atividades fora do país.
A finalização desse episódio ainda permanece aberta, com a expectativa de como as decisões judiciais e as ações políticas poderão influenciar o cenário próximo ao futuro da Câmara e suas consequências para legisladores que, como Ramagem, se encontram em situações semelhantes.



