A defesa de Daniel Vorcaro divulgou nesta terça-feira (25) que a viagem do banqueiro a Dubai foi comunicada ao Banco Central antes de sua realização e que ele não estava em fuga. Em nota, os advogados afirmaram que uma videoconferência com representantes do BC ocorreu no mesmo dia da prisão, 17 de novembro, e que Vorcaro buscava soluções de mercado para o conglomerado Master com transparência e boa-fé.
Suspeitas de tentativa de fuga e reunião com o Banco Central
Vorcaro foi preso na noite de 17 de novembro no Aeroporto de Guarulhos, após a Polícia Federal antecipar sua detenção por suspeita de tentativa de fuga do país. Segundo documentos do BC, o banqueiro se reuniu com o diretor de fiscalização Aílton de Aquino Santos, o chefe do departamento de supervisão, Belline Santana, e o chefe adjunto, Paulo Sérgio Neves de Souza, entre 13h30 e 14h10 daquele dia. Durante o encontro, Vorcaro atualizou os representantes do BC sobre a venda das empresas do grupo Master para a Fictor e informou sobre sua viagem a Dubai, inicialmente prevista para 19 de novembro, que foi antecipada a pedido dele.
Posição da defesa e esclarecimentos ao BC
Na nota, os advogados de Vorcaro ressaltaram que sua intenção sempre foi a busca por soluções lícitas e transparentes para o conglomerado, afastando as suspeitas de tentativa de fuga. Eles destacaram ainda que, em 24 de novembro, encaminharam ao Banco Central um pedido de confirmação sobre a realização da reunião e questionaram se a videoconferência teria sido gravada ou se há registro em ata. O BC respondeu que não houve gravação, mas que o conteúdo foi narrado em documento oficial.
Atualizações sobre a prisão e condições do presídio
Vorcaro está atualmente preso em uma penitenciária na Grande São Paulo, após transferência da superintendência da Polícia Federal na última segunda-feira (24). Seus advogados protocolaram um novo pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal de Justiça, que ainda aguarda julgamento. Além disso, uma recente inspeção na penitenciária revelou problemas relacionados à alimentação e higiene, incluindo a presença de ratos e alimentos azedos, segundo reportagem publicada pelo GLOBO.
Contexto das investigações e acusações
As investigações da Polícia Federal apontam que o banco Master pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões em operações fraudulentas de crédito, incluindo simulações de empréstimos e negociações de carteiras com bancos. Os órgãos reguladores afastaram o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças, Dario Oswaldo Garcia Júnior, na esteira das suspeitas.
Em defesa, os advogados de Vorcaro afirmaram que as carteiras de crédito foram adquiridas de terceiros, prática comum no mercado financeiro, e que o banco não realizou captação direta dos empréstimos consignados envolvidos nessas operações. Segundo eles, a alegação de fraude é infundada e baseada em interpretações equivocadas.
Perspectivas futuras
Vorcaro continua buscando soluções de mercado para o Grupo Master, com uma postura de transparência perante os órgãos reguladores. A investigação segue em andamento, e o caso permanece sob análise na Justiça e no Banco Central, que aguardam esclarecimentos adicionais para determinar os próximos passos.

