O padre Francesco Ielpo, atual custod da Terra Santa, afirmou em entrevista à EWTN News que o maior desafio da sua missão é oferecer esperança às comunidades afetadas pelos conflitos constantes na região. Segundo ele, apesar das dificuldades, a presença de Deus e da Igreja é essencial para sustentar a fé e o ânimo dos fiéis.
A importância de ser uma fonte de esperança na Terra Santa
Durante entrevista concedida ao jornalista Matthew Bunson, Ielpo destacou que a esperança é uma necessidade universal, ultrapassando as possibilidades materiais, como comida e moradia. “Para viver, todos precisamos de esperança. E ela surge quando sentimos a presença de Deus através da Igreja ao nosso lado”, afirmou o padre.
Ielpo está na sua primeira visita aos Estados Unidos como custod, uma responsabilidade confiada pelo Papa Leo XIV em junho, quando sucedeu o padre Francesdo Patton. Sua missão é cuidar dos sítios sagrados na Terra Santa, um trabalho de grande responsabilidade e complexo, dada a situação tumultuada na região.
Desafios enfrentados pelos cristãos e outras comunidades na região
Ielpo explicou que a comunidade cristã na Terra Santa enfrenta não só a violência, mas também a tensão contínua que permeia países como Israel, Palestina, Líbano e Síria. Ele destacou que os guardiães religiosos lidam diariamente com o desafio de viver a fé em um contexto marcado por conflitos perpétuos, que ameaçam a estabilidade social e econômica.
O trabalho da Custódia, composta por 325 frades de mais de 40 países, é fundamental para o suporte social e espiritual dos locais. Ielpo ressaltou que a crise impactou severamente o turismo religioso, que é a principal fonte de renda para muitas comunidades eclesiais na região, afetando também empregos e a economia local.
Medidas de apoio às comunidades e a importância da educação
Segundo o custod, a Custódia mantém seu compromisso de garantir os salários de seus funcionários, muitos dos quais são cristãos e muçulmanos, além de sustentar suas atividades educativas. Atualmente, a instituição cuida de 18 escolas, atendendo cerca de 10 mil estudantes de diferentes religiões, entre eles, muitos muçulmanos, que têm grande apreço pelo serviço oferecido.
Ielpo destacou que a educação é um pilar importante na esperança de um futuro melhor: “Mesmo famílias que não podem mais pagar pelas escolas, continuam a ter acesso à educação, pois acreditamos que o futuro se constrói na sala de aula.”
Convivência inter-religiosa como sinal de esperança
O custod ressaltou ainda que a integração entre cristãos, muçulmanos e judeus nas escolas e centros culturais demonstra que o respeito e o diálogo são possíveis, mesmo em momentos de conflito. “Na escola Magnificat, por exemplo, estudantes e professores de diferentes religiões convivem em harmonia, o que é um sinal de esperança”, completou.
A esperança como força motriz na convivência em tempos difíceis
Para Ielpo, uma das maiores forças para enfrentar a crise é a confiança de que Deus é o protagonista da história, mesmo nas tempestades. “A esperança nasce do fato de que, apesar dos contratempos, Deus continua a conduzir a história de forma misteriosa, e isso nos dá força para seguir adiante”, afirmou.
Ele enfatizou a importância do retorno dos fiéis à Terra Santa, não só por questões econômicas, mas para reforçar o sentimento de pertencimento, acolhimento e amor. “Convidamos as pessoas a voltarem aos santuários, a conhecerem as comunidades locais e a testemunharem que somos vistos, reconhecidos e amados”, declarou.
Para finalizar, Ielpo reforçou que o contato com as comunidades ajuda a fortalecer a esperança e a compreensão mútua, contribuindo para a paz duradoura na região.


