Brasil, 25 de novembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Contas externas do Brasil fecham outubro com déficit de US$ 5,12 bilhões

Saldo negativo das contas externas de outubro foi puxado por aumento na renda primária, apesar de avanço na balança comercial

As contas externas do Brasil apresentaram um saldo negativo de US$ 5,121 bilhões em outubro de 2025, conforme divulgado nesta terça-feira (24) pelo Banco Central. No mesmo mês do ano passado, o déficit em transações correntes foi de US$ 7,387 bilhões, refletindo uma melhora na comparação anual.

Principais fatores do resultado de outubro

A redução do déficit em relação ao ano anterior é atribuída ao aumento de US$ 3 bilhões no superávit comercial, que totalizou US$ 6,170 bilhões em outubro. Entretanto, houve aumento de US$ 838 milhões no déficit de renda primária, que registra o pagamento de juros, lucros e dividendos, além de outros rendimentos.

Por outro lado, os resultados em renda secundária e serviços permaneceram estáveis, contribuindo para o cenário geral. Nos 12 meses encerrados em outubro, o déficit acumulado atingiu US$ 76,727 bilhões, equivalente a 3,48% do Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve aumento no déficit, que, naquele momento, foi de US$ 57,341 bilhões (2,57% do PIB).

Saldo da balança comercial e serviços

As exportações de bens totalizaram US$ 32,111 bilhões em outubro, uma alta de 8,9% em relação ao mesmo mês de 2024. As importações, por sua vez, tiveram uma redução de 1,3%, totalizando US$ 25,941 bilhões. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 6,170 bilhões no mês, bem superior ao saldo positivo de US$ 3,189 bilhões em outubro de 2024.

O déficit na conta de serviços — que engloba viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros — atingiu US$ 4,372 bilhões, ligeiramente abaixo dos US$ 4,416 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Observa-se ainda aumento de 142% nas despesas líquidas com serviços de telecomunicação, computação e informações, chegando a US$ 591 milhões. Serviços de propriedade intelectual, ligados a plataformas de streaming, tiveram alta de 35,6%, chegando a US$ 995 milhões. As despesas com transporte, por sua vez, despencaram 18,5%, totalizando US$ 1,3 bilhão, reflexo da redução nas importações.

Na conta de viagens internacionais, o déficit de US$ 1,343 bilhão representou uma alta de 14,5% em relação a outubro de 2024. Essa variação ocorreu devido à queda de 3,8% nas receitas de estrangeiros no Brasil, totalizando US$ 573 milhões, enquanto os gastos de brasileiros no exterior aumentaram 8,3%, chegando a US$ 1,916 bilhão.

Rendas e financiamento externo

O déficit em renda primária atingiu US$ 7,429 bilhões em outubro, aumento de 12,7% comparado a US$ 6,590 bilhões do mesmo período do ano passado. Geralmente, essa conta é deficitária, pois há mais remessas de lucros ao exterior por investidores estrangeiros do que de brasileiros no exterior.

Já a conta de renda secundária apresentou superávit de US$ 510 milhões, contra US$ 430 milhões em outubro de 2024, indicando transferência de recursos sem contrapartida de bens ou serviços.

O investimento direto no país (IDP) somou US$ 10,937 bilhões em outubro, bem acima dos US$ 6,698 bilhões do mesmo mês de 2024. No acumulado de 12 meses, o IDP atingiu US$ 80,081 bilhões, ou 3,63% do PIB, ampliando o saldo de US$ 72,943 bilhões (3,27% do PIB) registrado em outubro de 2024.

Os investimentos em carteira, por sua vez, tiveram entrada líquida de US$ 3,213 bilhões em outubro, sendo US$ 2,452 bilhões em títulos da dívida e US$ 761 milhões em ações e fundos de investimento. Nos 12 meses encerrados em outubro, ingressos líquidos de investimentos em carteira somaram US$ 6,3 bilhões.

O estoque de reservas internacionais do Brasil atingiu US$ 357,103 bilhões em outubro, aumento de US$ 521 milhões frente ao mês anterior.

Perspectivas para o cenário externo

Segundo o Banco Central, o cenário das transações correntes, apesar das variações recentes, permanece bastante robusto. Desde março de 2024, o déficit em 12 meses apresentava tendência de redução, mas essa trajetória se inverteu, sinalizando a necessidade de atenção às entradas de capitais de longo prazo, como os investimentos diretos.

O fluxo positivo de investimentos, principalmente o IDP, tem sido fundamental para financiar o saldo negativo das contas externas, reforçando a qualidade desses recursos de longo prazo.

Para mais detalhes, acesse a fonte original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes