Na última terça-feira (25/11), o clima nas articulações do Senado ficou ainda mais tenso. O líder do PT na Casa, Jaques Wagner, denunciou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se recusa a dialogar com ele. A situação se agravou após a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF), escolha feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que gerou insatisfação, especialmente no círculo político que apoia o senador Rodrigo Pacheco.
Indicação de Jorge Messias gera conflitos no Senado
A indicação de Jorge Messias ao STF, em substituição ao esperado Rodrigo Pacheco, parece ter criado um racha significativo no convívio entre os líderes do Senado. Jaques Wagner afirmou que a negativa de Davi Alcolumbre em atendê-lo é um reflexo do descontentamento gerado pela escolha. “Não. [Alcolumbre não me atende] Desde a semana passada, quando o presidente fez a indicação ao Supremo”, declarou em tom de desânimo.
A ausência de diálogo entre os dois líderes é preocupante, pois Alcolumbre agendou a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para o dia 10 de dezembro, uma decisão que tem gerado receios entre os governistas. Com a votação no plenário também marcada para o mesmo dia, surge a dúvida se Messias terá tempo hábil para contatar os senadores e garantir apoio para sua aprovação.
Governistas temem pressa na votação
Os aliados do governo expressam preocupação quanto à rapidez com que a votação foi agendada. O temor está relacionado ao fato de que Messias pode não conseguir articular o suporte necessário entre os senadores em um intervalo tão curto. A pressão para que a análise seja resolvida ainda em 2023 foi ressaltada por Jaques Wagner, que argumentou que seria “melhor resolver logo agora”. Para o senador do PT, a urgência é evidente, mas a necessidade de Messias realizar contatos com as lideranças e bancadas ainda é um obstáculo a ser transposto.
Articulações políticas e o futuro da indicação
Com o cenário político cada vez mais polarizado, as articulações para a aprovação ou reprovação de Messias são cruciais. A tensão entre Wagner e Alcolumbre pode ser vista como um reflexo das divisões mais amplas dentro do Senado, onde o alinhamento das forças políticas é vital para a governabilidade. A habilidade de Messias em estabelecer conexões significativas entre os senadores poderá ser determinante não apenas para seu futuro, mas também para a continuidade das iniciativas do governo Lula.
À medida que se aproxima a data da sabatina, as expectativas aumentam e o clima político se torna mais imprevisível. Observadores estão de olho nas movimentações nos corredores e estratégias que podem surgir nos próximos dias, uma vez que cada voto conta em momentos decisivos como esse.
Conclusão: expectações para o próximo mês
A expectativa para a sabatina de Jorge Messias é alta e as movimentações políticas nos dias que antecedem o evento serão cruciais para a definição de seu futuro no STF. A tensão entre Jaques Wagner e Davi Alcolumbre se torna um simbolismo do quão complexas e interligadas são as relações políticas no Brasil. A análise da indicação deve não apenas refletir a capacidade de articulação de Messias, mas também o estado atual da cooperação entre os diferentes grupos políticos no Senado.


