A Binance, gigante das criptomoedas, e seu cofundador, Changpeng Zhao, estão enfrentando sérias acusações em um novo processo judicial. O documento de 284 páginas, protocolado em um tribunal federal em Dakota do Norte, afirma que a maior corretora de criptomoedas do mundo “conscientemente” ajudou a direcionar mais de “$1 bilhão” para o Hamas e outros grupos designados como terroristas pelos EUA, na virada dos ataques que ocorreram em 7 de outubro.
Grupos terroristas e as alegações
O processo inclui 306 demandantes americanos, entre eles, famílias de vítimas com dupla nacionalidade israelense-americana. Entre os reclamantes estão os familiares de Hersh Goldberg-Polin, um refém libertado do Hamas, e do soldado do IDF Itay Chen, que foi morto enquanto estava sob a custódia do grupo terrorista. A ação judicial alega que a supervisão inadequada da Binance permitiu que “terroristas e outros criminosos depositassem e movimentassem enormes somas na exchange sem nenhuma consequência”.
Desrespeito às normas de monitoramento
O documento denuncia que a Binance deliberadamente falhou em “monitorar os fundos recebidos” vinculados a Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica Palestina e ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. A reclamação afirma que a Binance permitiu que os usuários transferissem ativos entre contas, anulando assim qualquer efeito de “bloqueio” ou “apreensão” que possa ter sido implementado.
Conforme descrito no processo, esse comportamento “demonstra um esforço deliberado e consciente da Binance para permitir que usuários operem na plataforma, facilitando claramente o crime financeiro em escala industrial.” O documento também menciona Zhao, junto com seu associado Guangying Chen.
Histórico de Zhao e perdão presidencial
Changpeng Zhao, que se declarou culpado em 2023 por acusações de lavagem de dinheiro, passou quatro meses na prisão e foi perdoado pelo ex-presidente Donald Trump em outubro. Em uma entrevista para o programa 60 Minutes da CBS em novembro, Trump admitiu que sabia “nada” sobre Zhao e ficou visivelmente desconfortável quando a jornalista Norah O’Donnell questionou sobre ele.
Resposta da Binance ao processo
Em um comunicado ao Jewish Insider, a Binance afirmou que “não pode comentar sobre litígios em andamento,” enfatizando que cumpre as regras de sanções e citando declarações de autoridades do Tesouro dos EUA, que afirmaram que o Hamas não utiliza amplamente criptomoedas.
O impacto das alegações contra a Binance é significativo, não apenas para a reputação da corretora, mas também para o futuro das criptomoedas, especialmente em um momento em que o escrutínio regulatório sobre esse setor está aumentando. As consequências desse processo podem moldar a forma como as exchanges de criptomoedas operam e se regulamentam em relação a atividades suspeitas e suas responsabilidades legais.
Conclusão
O caso contra a Binance coloca um holofote não apenas sobre as práticas da exchange, mas também sobre como as moedas digitais podem ser utilizadas de maneira fraudulenta e as implicações éticas dessa tecnologia. À medida que o litígio se desenrola, as famílias das vítimas continuam buscando justiça e responsabilização, chamando a atenção do mundo para a complexidade e os perigos associados às finanças digitais.
